O Novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) começa a ser implementado em 2021 e passará a ser anual para alunos do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, de escolas públicas e privadas. Segundo Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a previsão é de que em outubro do próximo ano os estudantes da 1ª série do ensino médio realizem a prova em tablets.
As avaliações estarão prontas em fevereiro e neste primeiro momento ainda incluirão apenas português e matemática. A ideia é que o Novo Saeb passe a incluir questões abertas e conteúdo de todas as disciplinas. No ensino médio, o exame deve funcionar como “Enem seriado”, sendo uma opção de ingresso no ensino superior, além do tradicional Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em webinário realizado pela Fundação Lemann para debater o futuro da avaliação na educação brasileira nesta segunda-feira, 26, o presidente do Inep detalhou as propostas de mudança na avaliação, que serão implementadas, de forma gradual, nos próximos cinco anos.
“Está na hora pensar novo ciclo avaliativo e a nova forma de avaliar os alunos. O novo Saeb é uma mudança de foco no Saeb. Queremos levar a avaliação para próximo das famílias dentro da sala de aula para os professores, para os gestores”, disse.
A avaliação deixará de ser a cada dois anos, para os alunos do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, como está atualmente. Conforme Lopes, o novo Saeb será em formato digital desde o 5º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio. Do 2º ao 4º ano do ensino fundamental, o exame ainda será feito em papel.
O próprio Inep ficará encarregado de levar os equipamentos até as escolas para a aplicação da prova. Os tablets já terão a prova criptografada e não terá necessidade de acesso à internet para realização do exame. Há previsão de capacitação de professores da redes municipais para o Novo Saeb.
O presidente do Inep considerou que o novo sistema de avaliação deverá fornecer dados importantes para averiguar também os efeitos da pandemia da Covid-19 no cenário educacional do Brasil.
“A avaliação externa vai ser muito importante para esse momento da educação brasileira, para avaliar o impacto da pandemia no sistema educacional, e entender como a pandemia afetou os alunos para que a gente possa trabalhar para recuperar os prejuízos causados”, comentou.
O Instituto tem a previsão de que as provas digitais sejam adaptativas no futuro. Isto é, a cada item que o aluno fizer, o equipamento apresentará a questão seguinte, baseada na resposta dada no item anterior, personalizando a avaliação.
Paradigmas da avaliação do Brasil
No evento virtual, especialistas de diferentes entidades educacionais, incluindo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave), comentaram sobre a necessidade de se repensar os paradigmas avaliativos, ainda mais tendo em vista os impactos escolares da pandemia.
Maria Cecilia da Motta, presidente do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), chamou atenção para as aulas remotas, uma dificuldade no processo avaliativo dos alunos.
“Sabemos o tanto que estamos sofrendo, inclusive, para avaliar no dia a dia alunos que estão longe de escolas. Vários estados deixaram para ano que vem aulas presenciais, como o meu”, ressaltou a também secretária da Educação de Mato Grosso do Sul.
A presidente considerou uma avaliação diagnóstica para o retorno das aulas como “fundamental” e mencionou que a desigualdade foi “escancarada” pela pandemia, tornando indispensável não apenas uma avaliação cognitiva, mas da infraestrutura que as escolas deverão ter para a reabertura segura.
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do O POVO. Para acessar a matéria original clique aqui.
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