terça-feira, 3 de novembro de 2020

No interior do Ceará, universitários suspendem disciplinas por dificuldades econômicas e de acesso à internet.



Acesso reduzido a computadores e à internet em casa, ambientes de estudo inadequados e deficiências financeiras são os maiores desafios enfrentados pelos universitários do Ceará. Em alguns casos, estudantes tomaram a difícil decisão de suspender disciplinas.

A estudante Jennifer Sanye, 20, cursa Engenharia Ambiental do Instituto Federal do Ceará (IFCE) em Juazeiro do Norte e viu o cotidiano ser modificado com a chegada do novo coronavírus. Enquanto antes ela conseguia se dedicar integralmente à universidade, hoje precisou ceder espaço integral ao trabalho.

“O estudo não é algo imediato e, por conta disso, para algumas pessoas da família, um trabalho estável de carteira assinada é melhor do que estar estudando”, comenta. Além disso, também lida com uma internet instável e não tem computador para realizar os trabalhos, apesar de uma amiga ter emprestado o equipamento, no início. Porém, a falta de estrutura fez com que precisasse abandonar quatro disciplinas, mesmo tendo concluído duas.

Sendo a primeira pessoa da família a ingressar no ensino superior, Jennifer planeja se reorganizar e retornar aos estudos após receber um tablet do IFCE. “O estudo sempre foi algo de mais importante que eu tive. Para mim, entrar no IFCE foi a maior conquista da minha vida”, acrescenta.

Na Universidade Federal do Ceará (UFC), 1.459 chips de internet foram entregues a estudantes dos campi, dos quais 298 foram para o interior. Houve ainda distribuição de 122 celulares doados pela Receita Federal do Brasil, de acordo com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) – que forneceu, ainda, auxílio-inclusão digital de R$ 1,5 mil para a compra de notebooks ou tablets por alunos. Ao todo, foram 1.960 estudantes contemplados pela proposta, sendo 394 do interior.

A universidade também ofertou auxílio-alimentação emergencial, após o fechamento do Restaurante Universitário, para 1.340 alunos em situação de vulnerabilidade social, destinando um valor mensal de até R$ 516,04 para alimentação.

*Da redação do Blog do Farias Júnior, com G1.