quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Acordo entre Ceará e Butantan prevê recebimento de 2 milhões de doses de CoronaVac a partir de janeiro

Foto: Instituto Butantan

O governo estadual do Ceará assinou um acordo, na última terça-feira (22), com o Instituto Butantan, que prevê o recebimento de 2 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac a partir de janeiro de 2021. De acordo com o documento, há probabilidade de entregas adicionais em fevereiro, e com maior volume a partir de maio, no mesmo ano, a um preço por dose a acordar entre a instituição e a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

No acordo, o governo estadual considera que o imunizante está em estágio avançado de desenvolvimento, e os ensaios clínicos realizados no Instituto Butantan, no Brasil, mostram resultados promissores.


"O Instituto Butantan e a Sesa devem trabalhar juntos para concluir, em tempo oportuno, um acordo vinculante que contenha os termos e condições definitivas para a aquisição, fornecimento, distribuição e aplicação do imunizante. A aplicação é de responsabilidade da Sesa", pontuou.


De acordo com o titular da pasta, Dr. Cabeto, o governo estadual e a Sesa acreditam que, quanto mais cedo a vacinação acontecer, melhor será para os cearenses.


"Por isso, a Sesa apoiará todas as iniciativas que apresentarem vacinas disponíveis para aplicação o mais rápido possível. Quanto mais cedo, melhor. A Sesa tem trabalhado para garantir a vacinação de forma rápida e segura", destacou o secretário.


Histórico

A CoronaVac está na terceira fase de testes, estágio em que a eficácia precisa ser comprovada antes da liberação. Para que a vacina comece a ser distribuída, é necessário que o Instituto Butantan envie o relatório à Anvisa e que o órgão aprove o uso do imunizante.


No Brasil, a vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete estados e no Distrito Federal.12,5 mil voluntários brasileiros participaram dos testes.


Envase

No dia 9 de dezembro, o Instituto Butantan começou o processo de envase da vacina a partir da matéria-prima importada da China.


Segundo o governo estadual de São Paulo, o processo de envase começou a ser realizado no dia 9 de dezembro, na fábrica da instituição, e contará com o reforço de 120 novos profissionais, além dos 245 que normalmente atuam no local. Além disso, o Instituto Butantan passou a funcionar 24 horas por dia.


Certificação da fábrica

Na última segunda-feira (21), a Anvisa publicou a certificação de Boas Práticas de Fabricação para a fábrica da vacina chinesa da CoronaVac.


A conclusão foi feita pela equipe da Anvisa que viajou à China para inspecionar a produção da vacina da farmacêutica Sinovac.


O grupo esteve no país entre 30 de novembro até 4 de dezembro para inspeção e reuniões com os executivos da empresa.


Segundo a nota publicada no Diário Oficial, o Instituto Butantan enviou o plano de ação para Anvisa na quarta-feira (16). Já a conclusão da equipe técnica foi finalizada no último domingo (20). A autorização foi publicada 10 dias antes da previsão inicial definida pela Anvisa.


O certificado tem validade de dois anos e é um do pré-requisitos tanto para o processo de registro da vacina no Brasil, quanto para um eventual pedido de autorização para uso emergencial.


Plano de cobertura vacinal

O plano de cobertura vacinal prioriza trabalhadores da saúde, idosos com mais de 75 anos e indígenas na primeira fase.


Os grupos prioritários serão vacinados em quatro e são formados por 1.794.076 de cearenses. A meta é imunizar pelo menos 95% desse público-alvo.


Primeira fase: trabalhadores da saúde, Idosos a partir de 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.

Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras);

Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.


*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do G1 CE. Para acessar a matéria original clique aqui.