quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

COLUNA DO POETA ACRÍSIO PEREIRA - Proezas.

Proezas.
 
Canta alegre o socó lá nas quebrada
O Nordeste se veste de verdume
O roceiro conserva seu legume
E grita o sapo contente na enxurrada
O campina animando a madrugada
O vaqueiro ajudando a seu patrão
E em um ritmo de amor e gratidão
Se enriquece uma vida de asneiras
Cai a chuva molhando as ribanceiras
Enfeitando os caminhos do sertão.

Quando as nuvens se juntam a chuva vem
Pro nordeste é sinônimo de alegria
Se escuta uma voz de poesia
Pra romper o sossego do além
Como exemplo a cantiga do vem-vem
Com sentido de mais libertação
E com a pena molhada do carão
Sua voz já parece às cachoeiras
Cai a chuva molhando as ribanceiras
Enfeitando os caminhos do sertão.

Quando chove pra molhar a campina
O sertão fica cheio de riqueza
Passa a agua naquela correnteza
E a areia parece uma cortina
Uma nuvem no céu se descortina
Despejando mais agua sobre o chão
O inverno chegando no sertão
Como aviso de tempos de primeiras
Cai a chuva molhando as ribanceiras
Enfeitando os caminhos do sertão.

Vejo o sol se esconder lá no poente
E de uma nuvem ficar do outro lado
Vejo a lua brilhar em todo prado
Quando vem apontando no nascente
Vejo peixe pulando na vertente
Vejo o touro pastando no verdão
E uma vaca a beber no cacimbão
Demonstrando as vontades rotineiras
Cai a chuva molhando as ribanceiras
Enfeitando os caminhos do sertão. 

 Poeta: Acrisio Pereira
17/12/2020