sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Caso da influenciadora do Cariri - Família aguarda laudo do IML para prosseguimento das investigações.


Familiares da influenciadora digital Liliane Amorim, que morreu aos 26 anos após uma lipoaspiração, esperam um laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte da jovem para dar prosseguimento às investigações do caso.

Uma das advogadas da família, Débora Araújo, levanta a hipótese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, contra o cirurgião plástico Benjamim Alencar, responsável pela cirurgia.

O ex-marido e pai do único filho de Liliane registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte ainda no último domingo, 24, quando ela veio a óbito. Porém, o caso, investigado como “morte suspeita", foi transferido para a Delegacia Regional do Crato, já que a influenciadora fez o procedimento no Hospital São Raimundo, localizado nesta cidade.

“Acreditamos na hipótese de homicídio culposo mediante a imperícia, a imprudência e a negligência do médico na condução do caso”, argumenta Débora. Mesmo sem o laudo, a advogada assegura que a tomografia realizada por Liliane quando deu entrada na emergência do hospital Unimed Cariri, com fortes dores abdominais, comprova a perfuração no intestino e reporta derrame pleural.

O POVO teve acesso ao exame realizado por Liliane no dia 15 de janeiro. O diagnóstico da avaliação aponta “derrame pleural bilateral” e complicações relacionadas a “abdome agudo perfurativo”, condição que pode ser causada por corpos estranhos ou processos inflamatórios, por exemplo.

Conforme Débora, a expectativa é que o laudo do IML sobre a causa da morte da jovem fique pronto no começo da próxima semana. Depois, ele será encaminhado para a Polícia, que poderá dar andamento no inquérito.

Ela afirma que outra evidência que deverá integrar o inquérito é um áudio que teria acontecido entre o médico Benjamim Alencar e um amigo da família de Liliane. “É um diálogo verídico em que ele [Benjamim] diz que ela não colabora com a recuperação, com o pós-cirúrgico, quando na verdade ela estava com dores por conta das perfurações intestinais. Ele ficava dizendo que a culpa era dela, que ela não colaborava, que não andava [após a cirurgia]”, descreve.

A advogada da família de Liliane garante que a familiar vai pleitear a responsabilização do médico nas três esferas possíveis: cível, criminal e administrativa. O cirurgião Benjamim Alencar já se pronunciou, em nota, assegurando que seguiu “todas as normas técnicas para a realização do procedimento cirúrgico e do pós-operatório foram integralmente observadas”.

A reportagem chegou a questionar especialmente sobre as queixas supostamente não ouvidas de Liliane após a cirurgia. Em resposta, o médico justificou que “demais esclarecimentos não podem ser compartilhados por questões de sigilo médico”. Ainda segundo a nota, a manifestação sobre esse e qualquer procedimento médico em específico é vedada pelo código de ética médica, do Conselho Federal de Medicina.

*Da redação do Blog do Farias Júnior, com O Povo.