Familiares da influenciadora digital Liliane Amorim, que morreu aos 26 anos após uma lipoaspiração, esperam um laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte da jovem para dar prosseguimento às investigações do caso.
Uma das advogadas da família, Débora Araújo, levanta a hipótese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, contra o cirurgião plástico Benjamim Alencar, responsável pela cirurgia.
O ex-marido e pai do único filho de Liliane registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte ainda no último domingo, 24, quando ela veio a óbito. Porém, o caso, investigado como “morte suspeita", foi transferido para a Delegacia Regional do Crato, já que a influenciadora fez o procedimento no Hospital São Raimundo, localizado nesta cidade.
“Acreditamos na hipótese de homicídio culposo mediante a imperícia, a imprudência e a negligência do médico na condução do caso”, argumenta Débora. Mesmo sem o laudo, a advogada assegura que a tomografia realizada por Liliane quando deu entrada na emergência do hospital Unimed Cariri, com fortes dores abdominais, comprova a perfuração no intestino e reporta derrame pleural.
O POVO teve acesso ao exame realizado por Liliane no dia 15 de janeiro. O diagnóstico da avaliação aponta “derrame pleural bilateral” e complicações relacionadas a “abdome agudo perfurativo”, condição que pode ser causada por corpos estranhos ou processos inflamatórios, por exemplo.
Conforme Débora, a expectativa é que o laudo do IML sobre a causa da morte da jovem fique pronto no começo da próxima semana. Depois, ele será encaminhado para a Polícia, que poderá dar andamento no inquérito.
Ela afirma que outra evidência que deverá integrar o inquérito é um áudio que teria acontecido entre o médico Benjamim Alencar e um amigo da família de Liliane. “É um diálogo verídico em que ele [Benjamim] diz que ela não colabora com a recuperação, com o pós-cirúrgico, quando na verdade ela estava com dores por conta das perfurações intestinais. Ele ficava dizendo que a culpa era dela, que ela não colaborava, que não andava [após a cirurgia]”, descreve.
A advogada da família de Liliane garante que a familiar vai pleitear a responsabilização do médico nas três esferas possíveis: cível, criminal e administrativa. O cirurgião Benjamim Alencar já se pronunciou, em nota, assegurando que seguiu “todas as normas técnicas para a realização do procedimento cirúrgico e do pós-operatório foram integralmente observadas”.
A reportagem chegou a questionar especialmente sobre as queixas supostamente não ouvidas de Liliane após a cirurgia. Em resposta, o médico justificou que “demais esclarecimentos não podem ser compartilhados por questões de sigilo médico”. Ainda segundo a nota, a manifestação sobre esse e qualquer procedimento médico em específico é vedada pelo código de ética médica, do Conselho Federal de Medicina.
*Da redação do Blog do Farias Júnior, com O Povo.