Não repercutiu bem entre parlamentares cearenses a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de realizar nova visita ao Estado, prevista para a próxima sexta-feira, 26. Segundo deputados federais ouvidos pelo O POVO Online, a viagem do chefe do Palácio do Planalto é inoportuna e gera riscos à saúde pública, tendo em vista que deve gerar aglomerações.
A vinda de Bolsonaro marca nova agenda de visitas ao Nordeste, num momento em que sua popularidade se encontra em queda. Na semana passada, ele esteve em Pernambuco, na cidade de Sertânia, para a abertura de comportas do Ramal do Agreste, que se interligará à transposição do Rio São Francisco.
O deputado André Figueiredo (PDT) lembra que o Estado do Ceará está sob um decreto que proíbe aglomerações e num cenário de agravamento dos casos de Covid 19. "Completamente inoportuna essa visita, até porque estamos com um decreto estadual vigente que proíbe aglomerações e com indicadores de pandemia em alta, por conta da negligência do Governo Federal em não ter se preparado para um plano de vacinação", critica. Essa deverá ser a segunda visita de Bolsonaro ao Ceará em pouco mais de cinco meses.
Na mesma linha vai o deputado Idilvan Alencar, para quem o presidente da República deveria estar preocupado com a vacinação da população e também com o auxílio emergencial para ajudar as pessoas que sofrem com falta de renda decorrente da atual crise econômica. "O presidente Jair Bolsonaro mantém o mesmo comportamento desde o início da pandemia, dizendo que é uma gripezinha, que não é coveiro. Então por isso que ele vem ao Ceará causar aglomerações, que é o que ele tem feito ao longo do tempo. Mas, na verdade, o que a população espera dele é que ele vá atrás de vacina. Nesse momento, a prioridade absoluta do País é vacina", destacou.
*Da redação do BFJR, com O Povo.