sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Bruno Yacub Sampaio Cabral.

Bruno Yacub Sampaio Cabral


É com muito prazer e satisfação que trago em nossa coluna Histórias do Cotidiano, um jovem que faz parte do nosso dia a dia e que marca a nossa história e que se preocupa com ela. Um jovem que faz parte de uma família bem renomada, que tem uma pai e uma mãe muito queridos, seus avós paternos e maternos  que cativaram nossos corações, enfim um jovem raiz que só contribuí sobremaneira para o engrandecimento da cidade, socialmente e historicamente e agora assume como secretário Executivo a Secretaria de Cultura vindo ainda mais acrescentar com seu trabalho de historiador e pesquisador. Agradeço a Bruno por conceder o espaço aqui em nos contar um pouco sobre sua vida.


Bruno Yacub Sampaio Cabral, nascido na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, às 15 horas do dia 06 de junho de 1981. Filho de Raimundo Tarcísio Cabral e Goreth Cruz Sampaio Cabral. Irmão de Camila Sampaio Cabral e Rebeca Sampaio Cabral Coelho e tio de Geraldo Héricles, Levi e Francisco Helano. Casado com Heloísa Fernandes Gomes há 11 anos.

No início de minha infância, mudei com meus pais para Fortaleza, onde meu pai era bancário. Logo se mudaram para Crato, onde meu pai assumira a gerencia de uma agência bancária na cidade. Em Crato, comecei os estudos na escola Casinha da Criança, localizado no Teatro Raquel de Queiroz. Como morávamos próximo ao Parque Municipal (atual Praça Alexandre Arrais), sempre visitávamos o local, onde aconteciam atividades culturais, como exposições, música e muito esporte.


No final dos 1980, voltamos para Brejo Santo. E foi sentado na calçada da casa de Tia Lourival, na Rua do Araújo, onde nossa família se reunia que ouvíamos as histórias dos mais velhos, principalmente a epopeia vivida por meu bisavô Moisés Gonçalves Primo e sua prole, onde, saídos de Lavras da Mangabeira, fugindo da seca, foram parar em Minas Gerais e de lá, vieram para Brejo Santo. Ou as histórias contadas por vovô Pedro de Louro, principalmente a ida de sua família, também fugindo da seca de 1932, foram para Pedreiras, em Maranhão, onde tempos depois, aparece o Sebastião Cancão, famoso jagunço de Chico Chicote, que conseguiu quebrar o cerco à casa grande da fazenda Guaribas e escapou com vida da famosa hecatombe. Lembro-me bem, quando vovô Pedro contava que sua mãe ficava no seu pé todo final de tarde, pois o mesmo, escondido, observava Sebastião Cancão a fazer suas orações de cangaceiro, como a famosa oração da Pedra Cristalina. E vovô Pedro chegava a recitar partes das orações, que jurava fechar o corpo de quem as falasse em voz alta.

Foi nesse contexto que despertei a curiosidade em conhecer histórias e lugares. Quando fui aluno do 6° ano no colégio Padre Viana, o professor, maestro e amigo Tancredo Teles, um dia me convidou para acompanha-lo numa de suas várias visitas ao cemitério indígena, localizado no Baixio dos Lopes, época em que não havia habitação naquela área. Passávamos tardes “garimpando” cacos de cerâmicas e demais artefatos, que depois descobrimos se tratar de artefatos arqueológicos e que pertenceram às civilizações muito antigas, que passaram por aqui antes de nós. Fiquei muito impactado com aquilo tudo, por participar daquele momento. Já tinha algum contato com o mundo indígena, pois Tia Lourival, anos antes, tinha me presenteado com um arco e flecha, trazidos de Mato Grosso, quando ela fora visitar alguns dos seus irmãos.

Em 1998, quando participei da Semana de Integração do colégio Padre Viana, apresentando na famosa feira de ciências, um stand sobre música popular brasileira, com seus maiores artistas e tocando discos de vinil na vitrola em pleno Brejo Santo União Clube, além de participar de peça de teatro, marcando meu interesse e envolvimento nas linguagens artríticas e culturais.

Em 2008, junto com Hérlon Fernandes, fundamos o coletivo Cultural A Munganga Promoção Cultural, onde fazemos intervenções culturais em bares e restaurantes da cidade, apresentando o projeto A Noite do Vinil – Uma Viagem Musical. Fazíamos um passeio no mundo da música, discotecando discos de vinil, com a proposta de educação artística através da música. Além das discotecagens, A Munganga também lançou um jornal cultural intitulado A Marmota Brejo-santense.

Através do periódico A Marmota, observávamos a necessidade de contar as histórias do nosso lugar. Foi então que iniciamos nossas pesquisas sobre a História do Brejo, através de entrevistas com as pessoas mais velhas, pesquisas em documentos e fotografias, além de visitar os lugares onde aconteceram os fatos históricos.


Gratidão, não tenho outra Palavra, fica assim esse rico registro, você é um exemplo para os nossos jovens. Vamos defender a bandeira da pesquisa e da história. Obrigada Bruno.