quarta-feira, 17 de março de 2021

Ceará e outros 15 estados têm mais de 90% de ocupação de leitos de UTI

Foto: Diego Vara/Reuters
Um dia após registrar recorde no número de mortes por Covid-19, com 2.841 óbitos contabilizados oficialmente em 24h, o Brasil tem nesta quarta-feira (17) outra marca que expõe a complexidade da crise de saúde pública que atinge o país durante o enfrentamento da pandemia do coronavírus. São 16 estados em colapso, com taxas de ocupação de leitos de UTI superiores a 90%.

O quadro é ainda mais grave em 3 estados - Mato Grosso (104,2%), Mato Grosso do Sul (102%) e Rondônia (100%) - que possuem 100% dos leitos da rede pública de saúde ocupados, ou seja pacientes com casos graves de Covid-19 aguardam na fila de espera para serem internados.  

Levantamento feito pela CNN junto às secretarias de Saúde estaduais mostra ainda que 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima de 80%. Apenas dois (Rio e Roraima) ainda não passaram da marca.

Os estados e municípios geram os dados a partir de critérios diferentes, como a situação da rede pública e privada, a ocupação de UTI adulta, pediátrica e de Covid-19, assim como a taxa total que reúne todas as informações.

Puxada por dois estados acima de 100% da ocupação, a região Centro-Oeste vive a crise mais intensa do país porque, além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,  Goiás (97,7%) e o Distrito Federal (89%) também apresentam taxas exorbitantes de interações em UTI. Especialistas ouvidos pela CNN explicam que níveis de ocupação acima 90% já configuram colapso, porque não há margem para rotatividade dos pacientes nos leitos.

Logo atrás da região Centro-Oeste vem o Sul, cujos três estados que formam a região estão colapsando simultaneamente. Paraná (96%), Santa Catarina (97,3%) e Rio Grande do Sul (99,6%) permanecem há semanas em níveis muito elevados. 

O Norte do país também tem uma grave crise instalada, com Acre (95,3%), Tocantins (92%), Rondônia (100%), Amapá (91%) e, com ressalvas ao Pará (80,9%), em níveis muito elevados de internações, e com uma demanda crescente por leitos. Apenas Roraima (68%) está abaixo da faixa de 80% e ainda consegue manter o sistema de saúde público com condições de atender os pacientes.

O mesmo é observado no Nordeste, uma região que reúne o maior número de estados brasileiros, são 9 no total, e tem atualmente 5 unidades federativas com taxas de ocupação acima de 90%. Pernambuco (96%), Sergipe (91%), Ceará (92,4%), Piauí (91%) e Rio Grande do Norte (93%) apresentam os piores índices.


Restam apenas Alagoas (88%), Bahia (86%), Paraíba (85%) e Maranhão (87,5%), operando as unidades de terapia intensiva com níveis mínimos de condições que permitam a garantia de leitos aos pacientes mais graves.

O Sudeste, onde somente o Rio de Janeiro (78,8%) está abaixo da marca de 80%, observa um crescimento cada vez mais rápido da demanda por leitos de UTI. No domingo (14), nenhum dos estados da região havia superado 90% de internações; hoje, no entanto, o Espírito Santo opera com 91% da capacidade ocupada, São Paulo está no limite do colapso com 89,9% e Minas Gerais se aproxima lentamente com 86,1%.

Veja os estados com ocupação em leitos de UTI acima de 80%, além do Distrito Federal:
Paraná -  96%
Santa Catarina - 97,3%
Rio Grande do Sul  - 99,6%
São Paulo - 89,9%
Minas Gerais - 86,16%
Espírito Santo - 91,05%
Distrito Federal - 89,17%
Goiás - 97,73%
Mato Grosso - 104,23%
Bahia - 86%
Pernambuco - 96%
Maranhão - 87,5%
Paraíba - 85%
Acre - 95,3%
Tocantins – 92%
Rondônia - 100%
Amapá - 91,04%
Sergipe: 91%
Mato Grosso do Sul: 102%
Pará: 80,94%
Alagoas - 88%
Ceará - 92,47%
Piauí - 91,1%
Rio Grande do Norte - 93,71%
Amazonas: 80%

Veja os estados com ocupação em leitos de UTI abaixo de 80%:
Rio de Janeiro - Ocupação UTI: 78,8% 
Roraima - Ocupação UTI adulto público: 68%



*Da redação do BFJR, com  CNN Brasil.