quarta-feira, 17 de março de 2021

Fiocruz entrega 500 mil doses do primeiro lote de vacinas contra a covid produzidas no Brasil

RICARDO MORAES/REUTERS 

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) entregou na manhã desta quarta-feira (17) 500 mil doses do primeiro lote de vacinas contra a covid-19 produzidas em território nacional com insumos importados.


A cerimônia de entrega contou com a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do cardiologista Marcelo Queiroga, nome escolhido por Bolsonaro para assumir a pasta nos próximos dias.


Outras 580 mil doses da vacina serão disponibilizadas até sexta-feira (19), totalizando 1,8 milhão de doses entregues ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). Com o registro definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Fiocruz tornou-se a detentora do primeiro registro de uma vacina contra covid-19 produzida no Brasil.


Pazuello disse que o lote inicial ainda é pequeno em relação ao tamanho do projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceira com a Fiocruz. "Estávamos apenas com uma produção nacional, no Butantan, e estamos iniciando hoje na Fiocruz para que chegue até o final de março com 3,8 milhões de doses e, a partir de 1º de abril, uma produção diária de até 1 milhão de doses", disse o ministro, que lamentou o atraso na distribuição devido à chegada do insumo internacional.


O ministro ainda garantiu que o Brasil vai vacinar metade da população brasileira até julho e a outra metade até o final do ano. "Vamos controlar essa pandemia ainda no segundo semestre. Essa é a nossa missão e, para isso, precisamos das vacinas", pontuou ele ao mencionar a contratação de imunizantes de sete laboratórios diferentes.


"O coronavírus veio para ficar e nós vamos controlar a pandemia com vacinação e novos hábitos, de usar máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento social", completou Pazuello.


Queiroga classificou a produção dos imunizantes em solo brasileiro como o “início do maior programa de imunização contra a covid-19”. Ele avalia que os secretários de saúde de cada um dos municípios brasileiros são o “exército” para combater a pandemia. “Nossa tropa de choque está muito unida para, através de diálogo e da ciência encontras as soluções que o Brasil precisa”, destacou.


Pazuello ainda reafirmou que a transição do ministério é apenas uma continuidade do trabalho desenvolvido. "Vou entregar um ministério estruturado, organizado, funcionando e com tudo pronto. Ele, como médico, cardiologista e conhecimento técnico, vai poder navegar em prol da saúde do Brasil", avaliou.


"Não é um dia de celebração, mas é um marco de um processo para que o Brasil atravesse toda essa grave crise sanitária, econômica, social e humanitária com a menor perda de vidas", afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.


Nísia agradeceu o trabalho em conjunto com o Ministério da Saúde e enalteceu o trabalho de todos profissionais do instituto. "Estamos escalonado essa produção para entregar, a partir de abril a vacina totalmente nacionalizada", afirmou.


A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, integra o plano nacional de vacinação e está sendo aplicada por meio de uso emergencial desde janeiro a grupos prioritários. O imunizante é fabricado em Bio-Manguinhos com IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) que chegou ao Brasil a partir do dia 6 de fevereiro.


A expectativa da Fiocruz é chegar até o final do mês com uma produção de cerca de 1 milhão de doses do imunizante contra a covid-19 por dia. Nesta semana, o Ministério da Saúde também distribui mais 4,5 milhões de doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan.


*Da redação do BFJR, com R7.