quarta-feira, 17 de março de 2021

Ídolo do Ceará, Ricardinho se despede do clube aos prantos pela porta da frente.


O maestro se despediu. Leva com ele o toque refinado na bola e o amor ao clube no qual defendeu por oito temporadas, colecionando títulos e ostentando a idolatria da massa alvinegra. Na prateleira dos maiores jogadores que vestiram a camisa do Ceará, o nome de Ricardinho estará para sempre. O meia deixou ontem o Vovô, em despedida emocionante em Porangabuçu, para assinar com o Botafogo-RJ.

O atleta de 35 anos entrou na sala de imprensa do clube cearense, na tarde de ontem, para participar da última coletiva antes de viajar para o Rio de Janeiro e ser integrado ao Fogão, a pedido do técnico Marcelo Chamusca, com quem trabalhou no Vovô em 2017 e conquistou o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Quando recebeu o microfone para discursar, o espaço estava totalmente preenchido por dirigentes, funcionários e jogadores da equipe. Em poucos minutos de palavras, o experiente atleta não conteve as lágrimas.

Visivelmente emocionado, o meio-campista, que carregou a braçadeira de capitão em várias partidas pela liderança e importância no elenco alvinegro, foi saudado por todos no ambiente. A emoção da despedida do ídolo contagiou a sala de imprensa.

Atual capitão do time, Luiz Otávio, que viveu o dia a dia do clube com Ricardinho nas últimas quatro temporadas, se emocionou ao falar sobre o amigo. "Quando cheguei em 2017, foi um dos caras que me acolheu. Aprendi muito com ele. É uma inspiração pra mim. Ele tem que se orgulhar de tudo que construiu aqui e o que está deixando. Deixa um pedaço dele em cada um de nós", elogiou o zagueiro.

E o meia deixa o Vovô pela porta da frente por todos os serviços prestados. A despedida não foi um adeus, mas um "até breve", como o próprio Ricardinho ressaltou.

"O Ceará foi uma faculdade para mim, onde saio totalmente diferente. Tenho maior orgulho de ter passado esses anos aqui e ter ajudado e ter sido ajudado. Gratidão define meu sentimento agora, transborda no coração. Realmente nunca pensei em passar por essa alegria, carinho, reconhecimento. Obrigado a todos vocês e um até breve", afirmou o atleta, que recebeu do presidente do clube, Robinson de Castro, um quadro, uma placa comemorativas e um cartão de sócio-torcedor.

Digno do apelido carinhoso dado pela torcida, o jogador conduziu com maestria a relação com fortes laços pelo Ceará. A condição de ídolo é justa tanto pelo desempenho em campo, com glórias proporcionadas ao clube e à torcida, quanto fora, com postura irretocável.

Ricardinho construiu a história no Vovô em três passagens. A primeira, em 2007, foi rápida. Ele entrou em campo apenas uma vez.

Voltou seis anos depois para entrar na galeria de ídolos de Porangabuçu. Entre 2013 e 2015, o meia viveu a melhor fase da carreira, com atuações memoráveis. Conquistou então o primeiro título da Copa do Nordeste da história do clube e foi campeão duas vezes do Campeonato Cearense.

Depois de ficar um ano distante, quando foi atuar no exterior, Ricardinho retornou para a terceira e última passagem, que durou de 2017 até agora. O atleta ajudou o time no acesso para a Série A e conquistou mais três títulos: mais dois pelo Estadual e a segunda "Orelhuda" do Nordestão.

Números de ídolo Ricardinho
3 passagens pelo Ceará (2007; 2013-2015; 2017-2020)
10º jogador com mais partidas pelo clube: 338 jogos
40 gols marcados
4 títulos do Campeonato Cearense
2 títulos da Copa do Nordeste
Acesso para a Série A em 2017

*Da redação do BFJR, com O Povo.