Retalhos de vida
Eu não sou especial
Nem o primeiro da fila
Não venho da capital
Da cidade, nem da Vila
Sou da terra da canção
Nosso querido sertão
Onde o caboré cochila
Lá o bem te vi pipila
Na cabeça da estaca
O canção acoa a cobra
O cachorro espanta a vaca
Numa tremenda peleja
Nessa vida sertaneja
O camponês se destaca
Já o poeta compõe
Música, poema e canções
Escreve, declama e canta
Mechendo com as emoções
Mensageiro incomparável
E só Deus é o responçavel
Por suas declarações
Tem dia semana e mês
No calendário do ano
No passa passa da vida
Precisa projeto e plano
Nisto sempre eu me procuro
Mas sei que o nosso futuro
Pertence a Deus Soberano
A vida é um cofre humano
De fechadura e segredo
Ou uma porta secreta
Que pra gente abrir tem medo
E uma estrada comprida
Que oferece pra lida
Um misterioso enredo.
Vida, é eterno segredo
De planos e de progeto
Uma divisa invisível
Uma casa sem o teto
Amor cheio de ciúme
Ser humano de queixume
Que não se sente completo
Com a rima eu me completo
Com o verso eu me sustento
Com a métrica eu me organizo
Planejo e me oriento
Considerando o esquema
Vou escrevendo o poema
Que sai do meu pensamento
Eu me sinto no momento
Com idéia decidida
Entrei no túnel do tempo
Numa tela colorida
Se fiz é porquê mereço
Assim a DEUS agradeço
Esses retalhos de vida.