quinta-feira, 27 de maio de 2021

Ministério da Saúde descarta suspeita da variante indiana da Covid no Ceará

Ilustração/G1

O Ministério da Saúde informou na noite desta quarta-feira (26) que a suspeita da presença da variante indiana da Covid-19 está descartada. Conhecida como B.1.617, a variante é mais transmissível do que a variante britânica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Casos dessa cepa foram confirmados em São Luiz, no Maranhão, e um em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.


Além disso, segundo a pasta, outros três casos suspeitos são monitorados, em Minas Gerais e no Pará, e aguardam a conclusão de sequenciamento genético.


Além do Ceará, suspeitas da variante no Distrito também foram descartadas. "Os casos no DF e CE foram descartados para a nova variante", informou o Ministério ao G1.


O caso que o Ministério associa a Campos dos Goytacazes é o do viajante que chegou da Índia ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e foi diagnosticado nesta quarta com a variante indiana do coronavírus.


A variante já foi oficialmente detectada em 49 países e 4 territórios, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado nesta quarta. De acordo com o documento da OMS, a B.1.617 é mais contagiosa em uma comparação inicial com a variante britânica, mas ainda é investigado se ela está relacionada a quadros mais graves de Covid-19 e se ela aumenta o risco de reinfecção.


Mais transmissível

Acredita-se que variante se dissemine mais rápido, mas cientistas ainda não sabem dizer se é mais letal e tenha maior transmissibilidade.


Segundo o boletim semanal da OMS, as "taxas de ataque" da sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana parecem ser superiores às da variante britânica (a B.1.1.7). "Novas evidências estão surgindo de que as taxas de ataque para a variante B.1.617.2 relatadas no Reino Unido entre 29 de março e 28 de abril de 2021 foram superiores ao da B.1.1.7", diz o documento.


A sub-linhagem B.1.617.2 também reduz a eficácia das vacinas da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca, mas os imunizantes ainda são "altamente efetivos", segundo estudo preliminar.


Impacto nas vacinas

As vacinas da Pfizer/BioNTech e de AstraZeneca/Oxford são "altamente efetivas" contra a sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana, segundo um estudo preliminar divulgado no sábado (22).


A conclusão da agência de saúde pública da Inglaterra. O artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas e não foi publicado em revista científica.


A pesquisa feita entre 5 de abril e 16 de maio mediu o quanto cada vacina conseguiu reduzir casos sintomáticos de Covid-19 causados pela B.1.1.7 (variante britânica) e pela B.1.617.2.


As principais conclusões foram:

A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma efetividade de 88% contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) duas semanas após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade foi um pouco maior: 93%.

A vacina de Oxford/AstraZeneca teve 60% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade também foi um pouco maior: 66%.

Ambas as vacinas tiveram 33% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a primeira dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade de ambas era de 50%.

 


*Da redação do BFJR, com G1.