terça-feira, 18 de maio de 2021

Segundo cientistas, terceira onda de Covid-19 pode começar em junho no Brasil

(Foto: BARBARA MOIRA/ O POVO)

A média móvel de novas mortes por Covid-19 no Brasil ficou abaixo de 2 mil pelo sétimo dia seguido. O dado aponta que a pandemia avança de forma mais lenta no País. Entretanto, sem uso efetivo de máscaras e com vacinação também lenta, o cenário pode se complicar e gerar uma terceira onda ainda em junho.


Projeção feita pelo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostra que o Brasil pode ultrapassar a marca de 750 mil mortes ao fim do próximo mês. Os pesquisadores estimam que até esta terça-feira, 18 de maio, 638.452 brasileiros morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus.


Conforme a projeção, as mortes podem ser ainda mais numerosas e chegar próximo a 780 mil óbitos em 30 de junho no pior cenário simulado. A universidade entende por pior cenário uma realidade na qual a variante P.1. continua se espalhando ao mesmo tempo em que as pessoas vacinadas abandonam o uso de máscara e voltam 100% à mobilidade pré-pandemia.


Já um cenário mais tranquilo dependeria da manutenção de restrições de mobilidade e do uso de máscaras por 95% da população. Em uma realidade de "máscaras universais", como classificam os pesquisadores, 742 mil brasileiros teriam morrido por Covid-19 ao fim de junho.


Pico da 3ª onda

No pior cenário estimado pelos pesquisadores, o Brasil enfrentaria o pico da terceira onda no dia 6 de julho, com 3.960 pessoas morrendo nesta data. A este ponto, seriam mais de 800 mil mortos no País.


Já nos cenários mais controlados e com maior proteção coletiva, o pico desta próxima onda se daria um mês antes, em 5 de junho, quando cerca de 3.115 brasileiros seriam vitimados pela pandemia. 


Veja o gráfico de projeções de mortes diárias por Covid-19, elaborado pela Universidade de Washington:

Foto: (Reprodução/ IHME)


Subnotificação

O número oficial mais recente, registrado pelo Ministério da Saúde, indica 436.537 mortes. A diferença, segundo o IHME, se dá "a capacidade de teste varia acentuadamente entre os países e dentro dos países ao longo do tempo". Assim, desde 6 de maio, as análises para todo o mundo, países e regiões são baseadas na estimativa da mortalidade total desenvolvida pelo Instituto. "Há registro tardio claro e significativo de óbitos desde junho de 2020", afirmam ainda sobre o Brasil.


Os dados do Instituto da universidade estadunidense são usados pela Casa Branca e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao avaliarem as ações a serem tomadas no combate à pandemia.

 


*Da redação do BFJR, com O POVO.