quinta-feira, 6 de maio de 2021

Universidade Estadual do Ceará desenvolve vacina contra Covid-19 e aguarda autorização para testes em humanos.


Uma vacina veterinária vem sendo estudada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) desde abril de 2020 para ser usada contra a Covid-19. Obtendo resultados satisfatórios na etapa pré-clínica com camundongos, o estudo agora espera autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar testes em humanos, que devem levar cerca de um ano.

O imunizante utiliza um coronavírus aviário (IBV) atenuado que é manuseado há décadas na avicultura e não causa infecção em seres humanos. Possivelmente, a vacina deverá ser aplicada via intranasal, por meio de gotas no nariz, em duas doses, com intervalo de 15 dias, e um reforço a cada seis meses.

O pesquisador e médico veterinário Ney de Carvalho Almeida, do Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece, está trabalhando no estudo com uma equipe. Doutorando em Biotecnologia, ele explica que o vírus aviário empregado na vacina é da mesma família do Sars-Cov-2, que causa a Covid-19, mas pertence a outro grupo.

“Os camundongos responderam como estávamos esperando com a vacina aviária, produzindo anticorpos. Colhemos esses anticorpos e vimos que eles conseguiram neutralizar o Sars-Cov-2. Esperamos que seja semelhante em humanos”, projeta. Nenhum efeito adverso foi registrado nos roedores.

Ney foi foi quem propôs testar a vacina veterinária aplicada em aves contra o novo coronavírus para sua tese de Doutorado. Segundo ele, a possibilidade de administração intranasal do imunizante viabiliza a disponibilização do mesmo em farmácias, após uma eventual aprovação.

*Da redação do BFJ, com O Povo.