quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Evasão escolar: mais de 20 mil estudantes abandonaram o ensino fundamental no Ceará

De 2019 até maio de 2021, 22.193 estudantes abandonaram o ensino fundamental municipal no Ceará. O número é da plataforma de Busca Ativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e reflete em grande parte o impacto da pandemia de Covid-19. Como parte das estratégias para conter a pandemia do novo coronavírus, autoridades sanitárias pelo mundo orientaram a suspensão de aulas presenciais, o que criou dificuldades para continuidade dos estudos sobretudo de crianças e adolescentes mais pobres e sem acesso a recursos tecnológicos.


Destes mais de 22 mil estudantes, 12.001 estão sendo acompanhados pelas escolas. Juazeiro do Norte, Itapipoca e Caucaia apresentam os maiores números. São 2.018, 1.054 e 1.042 alunos fora da escola em cada um desses municípios, respectivamente.


A plataforma de Busca Ativa permite que os promotores do Ministério Público Estadual (MPCE) e os conselheiros tutelares, além dos gestores, acompanhem a situação de evasão escolar. A falta não justificada resulta em alerta aos gestores escolares, conselheiros tutelares e promotores de Justiça.


O motivo mais comum apontado para a evasão é por a escola ou os estudos serem considerados desinteressantes. Mudanças frequentes de domicílio, viagem ou deslocamentos são outra das razões. O fato de crianças ou adolescentes estarem em situação de rua é outra razão apontada para milhares estarem fora da escola no Ceará, de acordo com a plataforma.


Estarem em conflito com a lei, terem doença ou alguma deficiência física, mental, intelectual ou sensorial são outras razões elencadas. Dependência química, sofrerem abuso, gravidez na adolescência, trabalho infantil e violência na família, na escola ou no território onde vivem também são fatores. E há crianças que deixam de frequentar escola por falta de documentação ou de transporte escolar.


*Da redação do BFJR, com O POVO.