sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Morre aos 81 anos o humorista Djacir Oliveira

(foto: reprodução/internet)

Morreu nessa quarta-feira, 8, aos 81 anos, vítima de complicações da Covid-19, o humorista cearense Djacir Oliveira. Ele era o único remanescente da primeira geração do programa "Nas Garras da Patrulha", no ar desde 1987 na Rádio Verdes Mares e há 20 anos na TV Diário, ambos veículos do Sistema Verdes Mares de Comunicação (SVM). Oliveira estava internado em um hospital privado de Fortaleza, onde se recuperava da infecção, mas teve uma piora na noite de ontem e evoluiu para um quadro irreversível de insuficiência respiratória aguda. 


Djacir Oliveira iniciou a carreira em meados de 1970, na Ceará Rádio Clube, retransmissora da Super Rádio Tupi em Fortaleza. Em 1980, o humorista ingressou na Rádio AM do Povo, do Grupo de Comunicação O POVO, para integrar o elenco do programa "Patrulha Policial", idealizado pelo radialista e produtor Paulo Oliveira. A atração, um dos maiores sucessos de audiência na radiofonia da Capital à época, abordava de forma descontraída e ao mesmo tempo dramática as principais notícias policias do Ceará. 


Em 1987, Djacir e Paulo migraram com a maioria do elenco para a Rádio Verdes Mares, onde o programa passou a se chamar "Nas Garras da Patrulha". A atração, que permanece no ar até os dias de hoje, também passou a fazer parte da grade de programação da TV Diário em 2001. Nas telinhas, os protagonistas do programa são os bonecos Coxinha e Doquinha, este último interpretado por Djacir. O artista também deu voz a vários outros personagens, como a Sinira Beiçuda, Chicão, Tatá e Gilda.


Ao lamentar a morte do amigo com que esteve nos últimos 32 anos, Paulo Oliveira ressalta que a versatilidade era a principal característica de Djacir. "Uma perda irreparável para o humor cearense. Ele não era só um humorista, era um radioator. Quando eu o conheci, ele já trabalhava nas radionovelas da Ceará Rádio Clube, foi quando fiz o convite para ele ir pra AM do POVO e de lá veio comigo pro Sistema verdes Mares. Ele era o nosso astro maior, fazia mil vozes: mulher, menino, bandido, artista... tudo. Se deixasse o programa só com ele, dava conta sozinho", expressa Oliveira.


Também integrante do elenco atual de "Nas Garras da Patrulha", o comediante Ery Soares diz que buscou inspiração no trabalho de Djacir para dar os primeiros passos na carreira. "Eu acompanhava ele desde criança, adolescente. Gravava sempre os programas policiais que ele fazia para ouvir e aprender como era aquela magia. Me inspirava muito na maestria com que ele interpretava os personagens. Em termos de rádio, sem dúvidas, o Dajacir é o maior nome do humor cearense. Era um artista completo e, sobretudo, uma pessoa humilde, simples e querida por todos. Essa era a sua marca", destaca o comediante. 


O Sistema Verdes Mares, onde Djacir trabalhou nos últimos 34 anos, lamentou a morte do humorista e manifestou solidariedade, por meio de nota, à família, amigos e colegas de profissão. "Seu trabalho e empenho serão sempre lembrados por seus colegas e líderes, a quem prestamos nossas condolências. À família do Antônio Djacir, nossos sentimentos. Que possamos, com o passar dos dias, ressignificar a dor, transformando-a em boas lembranças", manifesta a nota.


*Da redação do BFJR, com O POVO.