quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Mulher suspeita de encomendar morte do marido em Canindé segue presa após decisão da Justiça

Foto: Reprodução/Redes Sociais
A prisão preventiva da mulher suspeita de ter mandado assassinar o próprio marido após descobrir suposta traição, em Canindé, foi mantida pela Justiça do Ceará durante audiência de custódia realizada na cadeia pública do município nessa terça-feira, 28. Maria Aparecida Barroso, 36, foi presa preventivamente na última segunda-feira, 27, por decisão do Poder Judiciário.


A prisão foi feita a pedido da Delegacia de Polícia Civil (DRPC) de Canindé, que aponta Maria como mandante da tentativa de homicídio contra Jaelson Camelo de Oliveira, 39, seu então companheiro, no dia 29 de junho último.  Além dela, Antônio Herilson da Silva Lopes, 26, que teria sido o intermediador do crime, também teve a prisão mantida em outra audiência de custódia realizada no mesmo dia.


Segundo o inquérito policial, ele teria contratado dois executores após receber uma quantia de R$ 3 mil da mulher. O POVO apurou que a Promotoria local do Ministério Público do Ceará (MPCE) se manifestou de forma contrária à soltura de ambos durante as duas audiências.


O titular da DRPC de Canindé, Daniel Aragão, disse, nesta quarta-feira, 29, que até o começo da noite de hoje ainda não havia sido notificado sobre possíveis pedidos de habeas corpus por parte da defesa dos presos. “Não me chegou nada até agora sobre eventual pedido de soltura. As investigações continuam e à medida que os trabalhos forem avançando nós talvez precisaremos realizar novas oitivas com eles [Maria e Antônio]”, explicou o delegado. O POVO não conseguiu localizar, até o fechamento desta matéria, os advogados responsáveis pela defesa de Maria Aparecida e Antônio Herilson.


Entenda o caso

Segundo investigação da Polícia Civil, Maria teria encomendado a morte do marido ao descobrir que ele havia mantido relação sexual a três com a própria filha, de 20 anos, e Antônio Herilson, apontado como “ficante” da garota. O jovem, no entanto, resolveu contar a Maria sobre a traição após alegar ter sido enganado sobre a terceira pessoa que iria participar do ato sexual. Ao mesmo tempo, colocou-se à disposição da mulher para atuar como intermediador do assassinato do seu esposo.


“Ele [Antônio] tinha ficado com ela [a filha do namorado de Maria] uma vez e na segunda vez já houve a proposta, por parte dela, de fazer sexo a três. Foi quando houve o ato sexual, mas ele disse que não viu quem era a terceira pessoa porque o quarto estava escuro. Só depois que eles terminaram, foi que ele percebeu que era o pai dela. Aí ele se revoltou com a situação e resolveu contar para a esposa, porque a conhecia”, detalhou Daniel Aragão.


Com os R$ 3 mil repassados por Maria, Antônio contratou duas pessoas – entre elas um adolescente de 17 anos – para que assassinassem Jaelson. Ele foi baleado na porta de casa, junto com a filha, que tentou intervir na situação após ouvir os disparos. Os dois foram socorridos para um hospital da cidade e não correm risco de morte. A garota recebeu alta poucas semanas após o crime. Já o pai, que chegou a ficar alguns dias internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi transferido recentemente para leito de enfermaria.


Conforme Daniel Aragão, a mandante e o intermediador do crime foram descobertos após a prisão e apreensão dos dois executores, que foram capturados no mesmo dia da tentativa de assassinato. “Com informações deles, nós conseguimos chegar a uma terceira pessoa [o intermediador], que confessou participação no crime e apontou a mandante. A gente já sabia, dois dias depois do crime, de todos os culpados, só que precisávamos juntar provas suficientes para pedir as prisões à Justiça”, explicou o delegado.


Conforme a decisão da Justiça, Maria e Antônio ficarão presos preventivamente por pelo menos 30 dias, prorrogáveis por igual período. A DRPC espera concluir o inquérito, no máximo, dentro de dois meses.

 

*Da redação do BFJR com O POVO.