quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Estudo aponta que dose de reforço da vacina AstraZeneca dobra nível de anticorpos contra a Covid-19

ATHIT PERAWONGMETHA/REUTERS

Uma terceira dose da vacina anticovid Oxford/AstraZeneca tem potencial de dobrar o nível de anticorpos em pessoas entre 18 e 55 anos, mostra um novo estudo publicado na quarta-feira (1º).


A pesquisa envolve um pequeno número de voluntários do Reino Unido. Foram analisados 75 participantes receberam a segunda dose em um intervalo de oito a 16 semanas após a primeira.


A terceira dose foi administrada entre 28 e 38 semanas após a segunda (6 a 9 meses).


Vinte e oito dias após a terceira injeção, os pesquisadores mediram os níveis de anticorpos contra o coronavírus destes participantes e constataram que um aumento de 109% nestes títulos quando comparados com 73 pessoas que não haviam recebido a dose extra.


A resposta celular, outro componente importante da defesa conta a covid-19, também teve aumento significativo em um grupo de 15 voluntários analisados.


Os cientistas constataram ainda que os títulos de anticorpos neutralizantes após uma terceira dose foram maiores contra as variantes Alfa (Reino Unido), Beta (África do Sul) e Delta (Índia).


Intervalo maior

O grupo estudou também casos de pessoas que receberam a segunda dose 45 semanas (cerca de dez meses) após a primeira.


"Descobrimos que uma longa extensão do intervalo entre as doses (até 45 semanas) entre a primeira e a segunda dose aumenta ainda mais a resposta imunológica à segunda dose, em comparação com intervalos de dose mais curtos."


Esta pode ser uma estratégia interessante para países onde há escassez de vacinas, sublinham os autores.


"Nós mostramos anteriormente que a proteção contra covid-19 sintomático é mantida após uma única dose de ChAdOx1 nCoV-19 [nome científico da vacina] por pelo menos 3 meses, apesar de alguma diminuição dos níveis de anticorpos e agora relatamos que os níveis de anticorpos permanecem acima da linha de base por pelo menos 1 ano após a imunização com dose única", acrescentam os pesquisadores.


Todavia é preciso saber que apenas uma dose não é suficiente para evitar o adoecimento de pessoas infectadas pela variante Delta, o que justifica a preocupação das autoridades para que todos completem o esquema vacinal.

 


*Da redação do BFJR, com R7.