domingo, 17 de outubro de 2021

Auxílio Brasil deve beneficiar 17 milhões de brasileiros

Fpto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ABR


O Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que deve substituir o Bolsa Família em novembro, deve beneficiar 17 milhões de brasileiros, de acordo com o ministro da Cidadania, João Roma.


A informação foi repassada pelo titular da pasta em entrevista ao Programa Brasil em Pauta, da TV Brasil. Atualmente, o benefício é dado para 14 milhões de pessoas. A ideia é que o valor possa também ser reajustado, dos atuais R$ 190 para R$ 300.


Segundo Roma, o novo programa vai interligar ferramentas do Estado e integrar políticas públicas para a população de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade.


A principal diferença do Auxílio Brasil, argumenta o ministro, é oferecer não apenas proteção social, mas a possibilidade de transformação social – que se dará por meio da capacitação para acesso ao mercado de trabalho e, para isso, contará com apoio do Sistema S.


No entanto, o governo federal encontra obstáculos diante da dificuldade de aprovar uma fonte de compensação para o programa, que é considerado crucial para a estratégia de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.


Na tentativa de se achar uma resposta, o governo editou decreto que elevou de forma temporária as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 1,50% ao ano para 2,04% e, para as pessoas físicas, de 3% para 4,08% ao ano – justamente para cobrir aumento de despesa de R$ 1,62 bilhão de reais com a implantação do Auxílio Brasil.


O governo, contudo, precisa garantir ainda espaço orçamentário em 2022 para abarcar o novo programa e, para isso, uma solução para a questão dos precatórios é fundamental. Essa despesa, por sua vez, crescerá de forma relevante no ano seguinte, somando R$ 89 bilhões e comprimindo o espaço para os gastos discricionários sob a regra do teto de gastos.


De olho no Congresso Nacional, o governo espera pela aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, que prevê a possibilidade de adiamento de parte das requisições de pagamentos que vencem anualmente. Há expectativa de que o texto seja analisado pelos deputados federais na próxima semana.


A ideia é equilibrar o pagamento das dívidas da União que já possuem decisão transitada em julgado com o limite do teto de gastos e, assim, destinar parte do orçamento do governo federal para o Auxílio Brasil.


A PEC dos Precatórios foi a solução para a abertura fiscal capaz de bancar o programa batida em martelo durante reunião feita no mês passado entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.


Proposta de corte no Bolsa Família

Em uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) entre a União e governadores do Nordeste, o governo federal propôs o corte de 100 mil beneficiários do Bolsa Família. A Advocacia-Geral da União (AGU) alega que uma decisão do ex-ministro Marco Aurélio Mello, que vedou exclusões do programa, fez com que beneficiários que não têm direito ao programa permaneçam entre os contemplados.


De acordo com o governo, famílias que têm renda per capita superior a meio salário-mínimo (R$ 550) não se enquadram mais nas regras para continuar no programa. A proposta do governo foi feita em uma audiência realizada pelo gabinete do ministro Gilmar Mendes.


*Da redação do BFJR com R7.