segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Ceará: 70% das cidades monitoradas apresentam preço médio da gasolina acima de R$ 6

Foto: Aurelio Alves
A alta acumulada no preço do litro da gasolina no Ceará em 2021 é de 25,7%. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), 70% dos municípios monitorados no Ceará cobram em média mais de R$ 6 por litro de gasolina. O menor preço registrado no Estado é de R$ 5,59 por litro, porém o combustível chega a ser comercializado até por R$ 7, fazendo o preço médio chegar a R$ 5,98 em todo o Estado.


A pesquisa foi divulgada na manhã do sábado, 2 de outubro, e faz referência aos monitoramento de 193 postos de combustíveis. O estudo comparou preço cobrado pelos combustíveis derivados do petróleo em 10 cidades do Estado, das quais, 7 apresentavam preço superior a R$ 6 para o litro da gasolina comum. 


Para compor o estudo, ANP realizou monitoramento entre os dias 26 de setembro e 2 de outubro no Estado. O preço do etanol hidratado, o álcool veicular, ficou estável no patamar de R$ 5,48 por litro, sendo o quarto mais caro registrado no Nordeste. 


O gás de cozinha, por outro lado, entra em sua quarta semana de aumento consecutiva no preço médio, saindo de R$ 99,95 na primeira semana de setembro, para R$ 102,12 no começo de outubro. Vendido por até R$ 110, o mercado cearense é o terceiro mais caro do entre os nove estados da região Nordeste para o produto. 


A disparada nos preços dos combustíveis, além de uma questão econômica, tem se transformado em uma disputa política entre estados e o Governo Federal, com relação a responsabilidade sobre os aumentos recorrentes e o preço inflacionado. 


No Ceará, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos/CE) pontua que o embate apenas agrava a crise gerada para os consumidores. A entidade destaca ainda que o principal fator responsável pelo aumento de preços é a pandemia de Covid-19 e o sistema de precificação baseado no dólar.


"Nós estamos enfrentando um problema muito sério, é um problema mundial. É o começo da crise em função das altíssima de taxas do petróleo. O barril de petróleo em dezembro de 2020 custava cerca de 40 dólares e hoje já está mais de 80", afirma o assessor econômico da entidade, Antônio José.


O representante dos varejistas dos combustíveis afirma ainda que a margem de lucro das unidades não foi alterada. "Somos apenas um repassador dos preços, a menor parcela de custo está no posto de combustíveis. Para nós, os aumentos têm sido tão prejudiciais quanto para os clientes", complementa.


A entidade ainda não realizou nenhum levantamento sobre o aumento das despesas geradas pela inflação no preço dos combustíveis nas refinarias e distribuidoras, porém, Antônio afirma: "o impacto é grande, não temos um estudo, mas é nítido nas finanças de cada posto e enquanto ficarmos querendo culpar A, B, ou C sobre isso, a crise só irá aumentar".


*Da redação do BFJR com O POVO.