segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ceará está em estado de 'alerta' devido ao baixo volume de água nos açudes

Foto: Gioras Xerez/G1 Ceará

O Ceará possui apenas dois açudes volume acima de 90% da capacidade e outros 65 com volume inferior a 30%, de acordo com dados do portal hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atualizados até esta segunda-feira (18). A situação deixa o estado em situação de alerta.


"O Ceará está quase que totalmente inserido no semiárido equatorial, caracterizado pela irregularidade climática. Sempre, independente do nível de reserva dos açudes, deve-se manter a diligência no uso da água. O estado hoje é considerado de alerta", afirmou a companhia em nota.


O açude Caldeirões, no município de Saboeiro tem 93,18% da capacidade; e o açude Germinal, em Palmácia, está com 91,87% do volume máximo. Nenhum se encontra sangrando.


Segundo a Cogerh, os volumes estão ligeiramente inferiores ao mesmo período do ano passado, mas são suficientes até o início da quadra chuvosa de 2022.


O volume geral dos reservatórios do estado hoje é de 24% da capacidade total ( 4 bilhões e 450 milhões de um total 18 bilhões que Ceará tem disponível.


Na última quinta-feira (14), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por mais da metade do potencial de geração de energia do país, registraram o mais baixo armazenamento médio de água para esta época do ano desde 2000, quando teve início a série histórica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).


Regiões que preocupam

O presidente da Cogerh, João Lúcio explica que algumas regiões do estado preocupam mais. Outras estão em situação mais agradável em relação ao volume dos açudes.


"Temos regiões em situação confortável como por exemplo na região norte onde temos a bacia do Coreaú e a do Litoral assim como a do Acaraú e na Serra da Ibiapaba que têm bons níveis de armazenamento. A situação de alerta hoje no estado são as regiões do Jaguaribe e Sertão de Crateús onde as chuvas continuaram abaixo da média nesses últimos 12 anos. Essas regiões tem sofrido mais, em 2021 foi um pouco melhor", esclarece.


Ainda conforme João Lúcio, nos municípios afetados pela estiagem estão sendo realizadas ações para que a população não fique sem o abastecimento de água.


"Temos um grupo de contingência para tomar ações como a construção de poços e adutoras para não deixar faltar água nesses municípios. Todos eles estão sendo abastecidos tanto na sede como nas zonas rurais", conclui.


Níveis no Ceará

Os maiores açudes do Ceará seguem em situação crítica. O Castanhão, principal reservatório a abastecer a região metropolitana de Fortaleza, tem apenas 9,82% da capacidade máxima. Já o Orós, segundo maior açude do estado, tem 24,68% do volume máximo.


O açude Banabuiú, terceiro maior do Ceará tem 8,85% da sua capacidade.


Volume dos principais açudes do Ceará


Castanhão: 9,82%

Orós: 24,68%

Banabuiú: 8,85%

Araras: 69,38%

Germinal: 91,87%

Pacoti: 40,13%

Gameleira: 78,69%

Gavião: 85,79%

Sobral: 80,69%

Caldeirões: 93,18%


Piores volumes

São Domingos (Caridade): 1,14%

Jerimum (Irauçuba): 2,36%

Salão (Canindé): 3,15%

Fogareiro (Quixeramobim): 4,31%

João Luís (Araripe): 5,96%

Banabuiú: 8,85%

Pentecoste: 9,80%

Poço do Barro (Morada Nova): 11,15%

Quixeramobim: 27,85%

Caxitoré (Umirim): 28,17%

 


*Da redação do BFJR com G1.