terça-feira, 23 de novembro de 2021

Pessoas não vacinadas e nova onda na Europa podem interferir em Réveillon e Carnaval no Ceará


Ainda não há qualquer definição sobre a realização de festas de Réveillon e de Carnaval em Fortaleza. Entretanto, há “um fato novo, que possivelmente não estaria na mesa de debates há algumas semanas”, como afirmou o epidemiologista Antônio Lima em entrevista aos jornalistas Jocélio Leal e Rachel Gomes da rádio O POVO CBN na manhã desta terça-feira, 23.

O gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (SMS) de Fortaleza chamou a atenção para a “pandemia de não vacinados” e uma nova onda de Covid-19 que vem se desenhando na Europa.

“Esse aumento varia dependendo do país, mas tem sido associado a infecções de indivíduos não vacinados. Isso pode se dar como se deu na Inglaterra, em que aumentam os casos, mas não aumentam as hospitalizações e as mortes porque há uma cobertura vacinal maior, ou como está sendo na Alemanha e na Rússia, onde você tem baixa cobertura vacinal e aumento de casos, de hospitalizações e de mortes simultaneamente”, explicou. “Isso faz com que a gente volte a refletir sobre a necessidade dos cuidados que vão para além da vacina.”

Durante a entrevista, Lima explicou que “a principal virtude das vacinas é proteger os pacientes contra hospitalizações e mortes”. Entretanto, as vacinas não têm uma proteção elevada (de mais de 60%) contra a infecção. Ou seja, pessoas vacinadas podem se infectar e a maioria das infecções nos vacinados é assintomática. “Por isso, se você colocar 80 mil pessoas juntas, não é impossível que haja uma transmissão ali novamente."

O tema deve ser discutido na próxima sexta-feira, 26, durante reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19. “Os dados serão analisados e a probabilidade de eventos com aglomeração maior será debatida. Um evento como o Réveillon movimenta muitas coisas e seria um momento de dar uma sinalização de melhora da pandemia. No entanto, ainda temos essas contingências. Temos que ter o máximo de cautela”, afirmou Lima.

*Da redação do BFJ, com O Povo.