As Irmãs Chicá, Luzia e Chicolina
O Cotidiano de Brejo Santo nos surpreende, por que o cotidiano é o hoje, que se torna passado e que esse passado se torna presente. Nasci na Rua Heráclito Alves de Moura, antiga Rua 15 de novembro, que faz travessa com a rua João Lucena, enfim, foi lá que vi a história das Família Sebastião dos Santos e a vida das moças Chicá, Luzia e Chicolina acontecer e que sempre me chamavam a atenção. Parecia que o tempo não passava para elas, elas não envelheciam. Sabia que elas eram eximias em cozinhar, as melhores da cidade. Outro dia encontrei as duas nas ruas da cidade e fiquei surpresa com a altivez e conversa das duas (Chicá e Luzia). E sempre a gente vê Chicolina pelas ruas do comércio, conversando ou prestando algum serviço a alguém.
Filhas de Sebastião dos Santos e Pastora Januária Santana (in memoriam), se tornaram conhecidas na cidade, sempre moraram em Brejo Santo. Chicá por nome Francisca Januária, lúcida, relata fatos de sua vida como ninguém, diz que sempre gostou de cozinhar, trabalhou em Brejo Santo por muitos anos na residência de Dona Edézia, cuidou dos filhos dela com carinho, depois trabalhou no Banco do Brasil por 10 anos. Morou na cidade Marilia São Paulo por 27 anos na casa de Dona Lica mãe de Assis Nobilino, hoje aos 94, aposentada, vive com suas irmãs Luzia e Chicolina. Chicá diz que cozinha de tudo, “só não sabe fazer gente”.
Luzia Januário, aos 82 anos também muito conhecida, uma eximia cozinheira, trabalhou por muito tempo na casa dos Amaro (revela sua irmã Chicolina), na Casa do Sr. Napo. Luzia também trabalhou em São Paulo por 20 anos em uma das redes de Hotel Sheraton, um dos hotéis mais famosos, onde recebia muitos famosos, inclusive cantores. Hoje aposentada, vive com suas irmãs Chicá e Chicolina na mesma rua e na mesma residência.
Chicolina, Francisca Januário, aos 70 anos, trabalhou por muitos anos, não como cozinheira, mas como “arrumadeira” ou babá, nas residências dos Salvianos como Evandro, Sr. Emilio, e diz com satisfação que cuidou de Anacleto e Zenóbio. Hoje aposentada, vive com suas irmãs Chicá e Luzia na mesma rua e na mesma residência.
São três irmãs que fizeram a história no cotidiano acontecer e merece nossa referência, nossa gratidão. Quando conversava com elas, Chicá disse na sua humildade, “pois é minha filha é tão bom ser reconhecida não é!?” Não quiseram postar fotos, disseram assim: “Falar quem somos já está bom demais”.
Todos fazemos parte de uma história, por que uma história puxa outra história...