sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Com aporte hídrico acima de 100% Barragem do Batalhão é o primeiro açude do Ceará a sangrar em 2022

Foto: Ascom/Cogerh

Após as chuvas de pré-estação registradas desde o começo de janeiro, a Barragem do Batalhão, em Crateús, se tornou o primeiro açude do Ceará a sangrar em 2022. Segundo dados do Portal Hidrológico, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a água do reservatório começou a verter ainda no último dia 8. Desde então, o aporte hídrico se mantém acima de 100%, volume quase cinco vezes maior do que o índice registrado em 31 de dezembro do ano passado (22,15%).


A cheia do maior reservatório dos Sertões de Crateús é resultado dos altos índices de pluviometria registrados na região desde a virada para 2022. Números da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam que a área já acumula mais 103 milímetros de chuva, considerando os primeiros 13 dias deste ano. O volume é mais que o triplo do daquele registrado durante todo o mês de janeiro de 2021 (27 mm) e já supera a normal climatológica prevista para o período (93 mm).


Segundo a Cogerh, o Batalhão é o único reservatório do Estado com águas acima da sua capacidade. O próximo a atingir situação de transbordo deve ser açude Germinal, em Palmácia, que nesta quinta-feira, 13, chegou a 94% de sua cota máxima. No começo do mês, em 1º de janeiro, o nível era de pouco mais de 77%. Afluente do rio Pacoti, que tem sua nascente na Serra do Baturité, o reservatório suporta armazenamento de até 2,1 mil metros cúbicos (m3). No ano passado, o açude havia sangrado em meados de março e permaneceu com 100% do volume até 8 de agosto.


Embora os primeiros dias de 2022 tenham sido marcados por chuvas em praticamente todos os municípios cearenses, o painel da Cogerh aponta que o Batalhão e o Germinal são pontos fora da curva entre os demais reservatórios monitorados pela companhia. Os outros 73 açudes monitorados encontram-se com volume abaixo de 30%, todos classificados em nível de alerta para escassez hídrica. Entre eles, há quatro completamente secos, com 0,0% de aporte: o Forquilha II, em Tauá, açude do Cedro, em Quixadá, o Pirabibu, em Quixeramobim, e o Trapiá II, em Pedra Branca.


Das 12 bacias hidrográficas do Estado, apenas três estão com níveis acima de 50%: Acaraú (60%), Coreaú (64%) e Litoral (58%). A situação mais crítica é na bacia do Banabuiú, com 19 reservatórios, que tem volume médio de apenas 6,95%. No cálculo geral, que inclui todos os reservatórios do Estado, a carga hídrica é de 21,1%, um pouco maior do que o volume de 20% registrado na primeira semana de janeiro.

 

*Da redação do BFJR com O POVO.