quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

COLUNA DO POETA ACRÍSIO PEREIRA - TEMPO DE CRIANÇA

 

TEMPO DE CRIANÇA

Quando eu era menino
Numa vida natural
Vivia tangendo bode
Em um  cavalo de pau
Andando de pés no chão
Com um currupi na mão
E um peão de berimbau.

A criança tem razão
No que faz e no que diz
Eu ainda estou lembrado
Das trapaças que eu fiz
Gravei  na imaginação
Mesmo sendo uma ilusão
Eu me sinto mais feliz.

Hoje o povo se comporta
De uma forma diferente
Com tolice se entretendo
Rir com o que ver pela frente
Pouco liga pra estudar
Sem saber valorizar
Deixando o saber doente.

Eu lembro e fico a sentir
Saudades do meu passado
De criança e adolescente
Com meus irmãos lado a lado
Nossos pais no mesmo berço
E a rezar aquele terço
Eu já era acostumado.

Eu andei num jumentinho
Para poder estudar
Nas caminhos  do sertão
Tive um passado exemplar
E nesta grande dividida 
Eu aprendi com a vida
A sorrir  e a chorar.

As vezes fico a pensar
No tempo que me atrofia
No excesso de poder
Que antes não existia
O direito sem ter vês
E ser criança outra vez
É tudo que eu gostaria.

Poeta Acrisio Pereira
Brejo Santo,  17/02/2022