![]() |
| (foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil) |
O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que pretende se dedicar à reeleição neste ano em detrimento de alavancar aliados nos Estados. Em entrevista a um canal de TV na Bahia, o chefe do Executivo também atacou o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, que formarão chapa para disputar a Presidência, e reiterou suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Alckmin está ajudando Lula a voltar à cena do crime", afirmou.
A Bahia também foi citada na entrevista. Bolsonaro confirmou que seu candidato é João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania, mas evitou fazer críticas ao favorito para a disputa, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). "Quase não converso com ele, (mas) não costumo criticá-lo".
O chefe do Executivo ainda voltou a disparar sua artilharia contra alvos corriqueiros, como Lula e o STF, mas agora incluindo Alckmin, aprovado nesta quarta-feira, 13, como vice do petista na corrida à reeleição, como foco. "Quero saber opinião do Alckmin sobre aborto", declarou, resgatando a polêmica iniciada por Lula e lembrando que o ex-tucano é católico. "Essa chapa (Lula-Alckmin) perdeu sua credibilidade".
Na entrevista, Bolsonaro lembrou que Lula defendeu o aborto como questão de saúde pública na semana passada, em nova tentativa de polatizar com o petista, líder nas pesquisas de intenção de voto. Ele também disse que a maioria dos ministros do STF não age corretamente e que cinco ou seis deles seriam favoráveis ao aborto. "Se Lula voltar, coloca mais dois (ministros favoráveis ao aborto)", afirmou o presidente. "Aborto será aprovado no Brasil se Lula voltar pelo STF a exemplo da Colômbia", acrescentou, descartando uma aprovação via Congresso.
Outro pré-candidato à Presidência recebeu ataques de Bolsonaro na entrevista: o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). "Nas pesquisas de opinião, é uma coisa ridícula", disparou o chefe do Executivo. "É um governo (o paulista) que quer aparecer criticando os outros".
Corrupção
Bolsonaro também voltou a comentar a corrupção nos governos petistas. "Ele comprava voto no parlamento. Como era o governo na época do PT? Cada partido tinha seus ministérios, bancos oficiais, estatais, em troca de apoio político", afirmou, sem citar que assumiu nesta semana ter oferecido cargos ao Centrão e dar emendas do Orçamento Secreto para "acalmar o Congresso". "Alguns cargos demos, mas não demos ministérios, nem estatais", tentou explicar sobre sua relação com o Centrão. "Aprovamos muita coisa dentro do parlamento graças ao apoio dos partidos de centro", reconheceu.
*Da redação do BFJR com O POVO.
