segunda-feira, 11 de julho de 2022

COLUNA DO LEANDRO GOMES - AQUI JAZ O FORRÓ


Junho passou, e com ele foi embora mais um São João. Uma das maiores manifestações culturais do Nordeste e porque não dizer do Brasil. Um período onde artistas fazem a roda da economia girar, milhares de pessoas aproveitam essa época do ano para gerar uma renda extra para as suas famílias.

Conversando com os amantes do forro raiz identifiquei um grande descontentamento com a valorização que a nova geração dar ao novo forró, os admiradores do forró mais tradicional apelidaram de forma pejorativa o forró atual de “forró de plástico”, afirmam que a nova geração estar sepultando aos poucos o nosso forro raiz.

Alguns estudiosos do gênero acreditam que o forró está sendo esmagado pelo “forró de plástico”, que para eles não passa de uma musiquinha alegre, sacudida, boa de dançar, com letras bobas ou ruins com força. Alguns citam que o novo forró é uma variedade da lambada que em suas composições recorrem ao uso de palavrões e dancinhas sensuais, o que em princípio não é pecado, a não ser quando se torna (como é o caso) uma receita obrigatória. Além disso, o forró de plástico recorre a práticas que corroem há tempos nosso mercado musical. Uma delas é o jabá (suborno de radialistas e de diretores de rádios), que tem dois tipos: o “jabá pra tocar minha música” e o “jabá pra não tocar de jeito nenhum a música de Fulano e Sicrano”. 

Acredito eu, que quando, Jorge de Altinho , Alcymar Monteiro, Flávio José , Santanna, Assisão  entre outros nomes do forró raíz se forem, aí sim, será decretado o fim do nosso ritmo mais nordestino. Mas isso já vem de longe, Seu Luiz já cantou, lá em 1958, "Era festa da alegria. Tinha tanta poesia. Tinha mais animação, mais amor, mais emoção. Eu não sei se eu mudei, ou mudou o São João."

Portando creio que falta as autoridades quererem ressuscitar o forró, coisa que acho difícil, porque o dinheiro fala mais alto. E com essa infestação de ritmos de fora que agrada a massa. É praticamente uma batalha perdida. Queira eu que minhas palavras sejam jogadas ao vento, e o forró renasça firme e forte em uma futura geração! 

Viva o forró!