Hoje, vésperas do carnaval faço alusão as personalidades destaques do município, que ao longo dos anos abrilhantam e abrilhantaram essa data tão festejada em todo o Brasil. Faço uma analogia entre a década de 60 e da atual. São personalidades que merecem nossa homenagem e respeito por comporem o cenário histórico social de Brejo Santo. Viva Zé Quarenta (in memoriam)! Viva Severino (O mestre do Golpe)! Viva nossa musa do Cabeção Paulete!
Paulo Freire de Oliveira: Paulete
Duas figuras históricas que vivem enraizadas na cidade de Brejo Santo e conhecidas por todos. Quem não já ouviu falar em Paulinho e Paulete? Quem não conhece a coragem deste jovem que desde cedo assumiu uma postura de admirações respeito, vencendo as barreiras do preconceito? Embutido nesta pessoa existe um homem e uma mulher com uma interessante história de vida. Este jovem nasceu na cidade de Barbalha de parto cesariana, enfatiza, em 11 de maio do ano de 1979, filho do casal José Freire Rodrigues (O Sr. Didi Ourives) e Maria de Moura Freire (Dona). Paulinho ou Paulete perdera sua mãe muito cedo, ele tinha apenas 5 anos de idade. O que mais me admirou em Paulinho ou Pulete foram suas respostas objetivas. Ao perguntar sobre sua infância veio uma resposta excelente: “Foi normal, teve muito preconceito, mas foi normalizando. Adorava brincar com as meninas”. Paulinho fora criado pela Madrasta e pelas irmãs. E Paulinho vai relatando suas perdas, além do pai e da mãe que se encontram na eternidade, perdera sua irmã Diana a qual faleceu em 2015, seus irmãos Naim e Djalma anos anteriores. Depois deste momento me detenho na pergunta chave da história cotidiana: Quem é Paulinho? Ele indaga: “EU!” E digo Sim. E ele: “Eu sou assim, tenho duas personagens, de manhã e a tarde sou uma “pessoa” por causa do emprego. Sou outra pessoa que gosta de se arrumar, de se maquiar”. Paulinho diz que é feliz sendo Paulete. Seus olhos brilham quando fala de Paulete. A turma do colégio em que Paulinho estudava colocou o apelido o referido apelido no ano de 1996. Estudou até o 3º ano do ensino médio e desejava se formar em arquitetura, pois gosta de desenhar. Vem a resposta sobre a pergunta:
Quem é Paulinho no trabalho?: “Normal, faço de tudo um pouco, vou a banco, pois desde 1996 até hoje trabalha com Fátima Martins na farmácia veterinária”.
Quem é Paulete? “Paulete é noite pra brilhar”! Suas roupas, perucas e maquiagens são adquiridas com recurso próprio ou as amigas a presenteia, pois são muitas amizades. Paulete só possui vida noturna nos finais de semana ou feriados, durante a semana fica em casa assistindo televisão. Quando assume seu lado Paulete sua maior inspiração é animação, alegria. Quem é para você sua musa ou artista inspiradora? Achei de uma profunda sabedoria sua resposta: “Não tenho, a inspiração é em mim mesma, pois adoro me maquiar”. E Paulete no cabeção! “Ah, todo ano é uma faixa nova, por que todo ano o povo joga tinta e suja. Tenho 15 faixas, fora as que ganhei da miss Brasil em Fortaleza (2004) e a coroa e do 3º lugar da Miss Universo. Não participo de passeata girl por que é longe em São Paulo ou Rio de Janeiro, se eu pudesse participaria”.
Hoje Paulinho e Paulete moram na Rua Santa Terezinha, assume sua vida com dignidade, e diz que quando era mais jovem saia mais, porém atualmente possui uma postura caseira, assistindo novelas ou jornal. Paulinho diz que possui apenas as paqueras e que vive muito feliz sendo Paulinho ou Paulete. Mas a festa que mais gosta é o carnaval e depois a vaquejada.
José Ribamar de Sousa (Zé Quarenta)
O bloco o CABEÇÃO teve início no ano de 1963 com os três jovens Estropelho, Zé Nilton (de Peraí) e Zé Quarenta. O intuito deles eram se divertirem e saiam da Rua Padre Abath, do Bar de Jacú (outra curiosidade da cidade) e percorriam a cidade. Vejam que astucia dos três jovens: saiam com uma bacia de alumínio e uma cabeça de boi em cima assustando as crianças. (fonte: Jornal cultural Cacuá, edição 2013).
O CABEÇÃO, os protagonistas que alavancaram e que hoje perpassa as gerações arrastando multidões; talvez muitos jovens não tenham conhecimentos da origem do bloco. Mas vamos trazer hoje uma pessoa que merece nossa homenagem, que apesar de se encontrar na eternidade, com certeza ficará feliz em ser lembrado como aquele que fez a alegria de muitos em vários carnavais: a pessoa de Zé 40 (in memoriam) ou seja o inestimável José Ribamar de Sousa, o mesmo nasceu em Brejo Santo no dia 21/09/1943 filho de Raimunda Abreu e Antonio Cândido de Sousa (Totonho), tendo como Irmãos: Antonival, João Bosco, Lula, Gilberto, Maria, Teresinha, Francisca e Fátima. Casou-se com Maria José Pires (Mariazinha) sua primeira namorada, com a qual tiveram os filhos: Stevania Pires, Sterjane Pires, Sterfania Pires e Stewart Pires de Sousa (in memoriam), Stelania Pires. Netos e netas Tamirys Filgueira, Tairony Filgueira, Ytalo Matheus Pires, Bruno Pires, Guilherme Pires, Stefany Pires, Henrique Romeu Pires, Isabela Pires, Stefany Pires. Bisnetos e Bisnetas: Ludmylla Filgueira e Théo Benício Filgueira. Zé quarenta, viveu sua infância e adolescência na rua velha, morou uma época em Juazeiro, depois em Fortaleza e retornou para Brejo Santo, sempre viveu como autônomo, às vezes vendendo lanches, em uma das vezes trabalhou na casa de apoio de Brejo Santo. Assim era Zé quarenta vida simples, seus últimos dias na cidade de Salgueiro Pernambuco vindo a falecer no dia 13 de outubro de 2020.
Personalidade de um talento inconfundível e que traz em sua história a história dos seresteiros da cidade e dos que estiveram a frente do bloco o cabeção. Apesar de viver na sua simplicidade, José Zacarias Barbosa, contribuiu sobre maneira na vida da cidade, seja artisticamente, bem como profissionalmente, tem um apelido carinhoso e hoje vamos conhecer por que ele se chama Mestre do Golpe.
José Zacarias Barbosa (Mestre do Golpe)
José Zacarias Barbosa, nasceu no dia 18/06/1945, casou em 17/11/1969 do qual teve 5 filhos. Começou a tocar em 1961 com Meu Bu por diversão. O que ele mais gostava era se reunir com os irmãos para tocar e cantar com instrumentos improvisados por eles. Uma de suas músicas favoritas é a Volta do Boêmio do seu cantor preferido Antonio Nelson Gonçalves (Nelson Gonçalves). Em 1979, ele e os amigos deram origem ao "Cabeção "onde fizeram a alegria de muitos foliões. Parque o apelido "mestre do goipe"? Quando se reunia no bar de Zezinho Anão com os amigos eles bebiam de copo cheio e ele só um “goipe”. Segue abaixo registros de fotos sua trajetória e de seus amigos de vida artística de seresteiros e de folião, inclusive ele é de uma bela voz e de um instrumentista de categoria que merece nosso respeito e gratidão.