sexta-feira, 1 de março de 2024

COLUNA DO LEANDRO GOMES

PAIS CARENTES, FILHOS CONSTRANGIDOS. - TUDO PODE NAS REDES?

Foto: Google

Diariamente assistimos nas nossas redes sociais as pessoas agindo das mais diversas formas, fazendo coisas inusitadas, buscando sempre chamar atenção dos telespectadores, ou melhor, seguidores. Se expor a situações constrangedoras, degradantes, se tornou rotina nas redes, é algo já bastante comum na internet. Mas quando a exposição ao ridículo envolve crianças o assunto já se torna mais sério, algo que pode gerar prejuízos graves a saúde mental e social desses indivíduos. 

Dia após dia, temos visto nas redes sociais vídeos de crianças expostas a situações de constrangimento e humilhação, e o pior disso tudo é que essa exposição e feita pelos próprios pais ou responsáveis. São vídeos criados para gerar conteúdo de “humor” algo “engraçado” para adultos, com a intenção de torna-se mais “populares” e “engajados” nas redes.

Vídeos que mostram adultos quebrando ovos na cabeça ou rosto das crianças sem um aviso prévio, originando várias situações, uns levam na esportiva já outros caem em total desespero ou revidam com violência a quem os “agrediu”.  Em outras situações crianças recebem pacotes enormes de presentes, e quando começam a desembrulhar se deparam com várias outras caixinhas que no final não tem nada dentro. Frustação, raiva, decepção são alguns dos sentimentos ativados nessas crianças durante essas “brincadeiras” de péssimo gosto. 

Para completar o “show de humilhações”, recentemente pais autorizam as crianças a falarem “todos os palavrões” que eles desejem enquanto gravam esse momento tão constrangedor. Os responsáveis pela proteção acabam expondo seus filhos a situações depreciativas, humilhantes com intuito de diversão ou de lucro.

É assustador como tantas pessoas então produzido esse tipo de conteúdo. Devemos lembrar que todos nós, adultos, temos a função social e humana de cuidar e educarmos nossas crianças, não as transformarem em fantoches, com intuito de suprir nossas necessidades de aprovação e carências afetivas.