segunda-feira, 29 de abril de 2024

COLUNA DO LEANDRO GOMES - FOTÓGRAFO BREJO-SANTENSE ENTRA PARA O CIRCUITO DE VISITAÇÕES NA EXPOSIÇÃO VÓRTEX NA CIDADE DE SÃO PAULO

FOTÓGRAFO BREJO-SANTENSE ENTRA PARA O CIRCUITO DE VISITAÇÕES NA EXPOSIÇÃO VÓRTEX NA CIDADE DE SÃO PAULO


Durante o período da SP-Arte 2024 em São Paulo, a obra “vamo chamar o vento” da série “Trasnordestine” do fotografo brejo-santense Ferrerin entrou para o circuito de visitações junto de quase 40 artistas cearenses na exposição Vórtex.

A nova exposição da OMA Galeria, com curadoria de Lucas Dilacerda, desloca o olhar para o Ceará e apresenta um recorte da produção artística contemporânea cearense. Com a participação de quase 40 artistas, naturais de diversas cidades do estado do Ceará — Aratuba, Brejo Santo, Caucaia, Crateús, Crato, Eusébio, Fortaleza, Acopiara, Granja, Iguatu, Jucás, Massapé, Quixelô e Sobral —, a exposição aborda diferentes discussões em uma nova perspectiva oblíqua e atual.

QUEM É FERRERIN

Ferrerin nasceu em 1996 em Brejo Santo-CE, onde vive. Sua produção articula fotografias, vídeos, mídias digitais, colagens, objetos e instalações, propondo registros e ficções a respeito de vivências afetivas transmasculines e não binárias, bem como a vida cotidiana e a dimensão cultural da região do Cariri no sertão cearense.

Em suas fotografias percebe-se um olhar diretamente conectado com o seu coração, suas vivencias familiares, sua infância e até mesmo uma certa desconstrução de padrões estéticos e sociais são vistos em suas obras. A uma quebra de conceitos e tabus, uma visão intima, reflexiva do sertão e suas peculiaridades sociais e culturais. Mais do que as técnicas, o fator fundamental para produzir tanto sentimento em uma fotografia é a sensibilidade.

Ferrerin vem participando de vários projetos no Cariri, trazendo um resgate cultural, e ajudando a fomentar o patrimônio, à memória e às artes do território caririense através de programas do Centro Cultural do Cariri Servulo Esmeraldo . Entre seus trabalhos podemos destacar a obra “Altar Trapiá”, processo que envolve instalação artística, ensaio escrito, fotografia e vídeo, através memórias familiares e sentimentos sobre a cultura e população do Sítio Lagoa do Mato, em Brejo Santo.

Falar sobre as múltiplas dimensões do desejo, e provocar reflexões sobre a natureza das interações humanas e não humanas, também são questões trabalhadas por Ferrerin, suas obras “Pra chupar na língua e chamar de meu amor” e “dessa água sempre beberei” vistas no Programa Contra Flecha II realizado pela Galeria Almeida e Dale, podemos perceber uma certa provocação e questionamentos sobre a intimidade e o magnetismo humano.

Seguindo um estilo que deixa de lado padrões sociais e que traz à tona a natureza humana e suas várias formas de amar e viver, Ferrerin será um nome muito visto e citado em grandes galerias e exposições por todo o pais. Esperamos que ele continue mostrando ao mundo nossas tradições, nosso folclore, nossa cultura popular, revelando assim a vida de nossa gente.