sexta-feira, 19 de abril de 2024

Entenda o que se sabe sobre o caso do adolescente de 13 anos que morreu após ser agredido em escola


O pai do adolescente Carlos Teixeira de 13 anos, que morreu uma semana após dois estudantes pularem sobre as costas dele na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, cobra justiça após a morte do filho. Ao g1, o homem contou que o menino já havia informado ser vítima de bullying, o que o levou a conversar com a direção da unidade de ensino.

"A gente leva a criança para escola achando que a criança vai estudar, que vai estar segura e, ao final, olha o que acontece", lamentou o pai de Carlos, Julisses Fleming, de 42 anos, que trabalha como porteiro e manobrista.

O adolescente morreu depois de sofrer três paradas cardiorrespiratórias na última terça-feira (16), enquanto estava internado no Hospital Santa Casa de Santos.

Carlos Teixeira completou 13 anos no dia 7 de abril, ou seja, dois dias antes das agressões na escola. Ele estava no 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto. Julisses afirmou à equipe de reportagem que o filho era um menino saudável.
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De acordo com o pai do jovem, o filho relatou que estava de costas para a dupla e conversando com outro colega. De repente, segundo ele, os adolescentes pularam sobre o filho. "Eles não estavam conversando e brincando [entre eles]".

A agressão aconteceu no último dia 9 de abril e, de acordo com o pai, no mesmo dia o adolescente reclamou de dores nas costas e falta de ar. Julisses disse que levou o filho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Praia Grande ao menos três vezes na semana, onde o filho era medicado e, em seguida, liberado.

Os sintomas do adolescente se intensificaram na segunda-feira (15) e o pai decidiu levá-lo à UPA Central de Santos (SP), onde ele precisou ser internado e entubado. Na terça-feira (16), ele foi transferido para Santa Casa de Santos e morreu após três paradas cardiorrespiratórias.

Julisses afirmou que os médicos disseram que a suspeita era de que a causa da morte seria uma infecção no pulmão. Em nota, a Santa Casa de Santos confirmou a transferência da UPA Central, mas disse não ter autorização para dar mais informações sobre o caso.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como morte suspeita e é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande. O corpo de Carlos passou por necropsia -- procedimento médico que examina a causa da morte -- nesta quinta-feira (18).
O g1 teve acesso à declaração de óbito que vai servir como base para o atestado, que leva de 30 a 90 dias para ficar pronto. No documento, a causa da morte consta como broncopneumonia bilateral, um tipo de inflamação nos alvéolos, estruturas dos nossos pulmões responsáveis pela troca de oxigênio com o sangue.

*G1.