Inaugurado em abril de 2022, o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo comemora dois anos de abertura ao público e celebra sua atuação no território ancestral da região caririense. Integrando a programação de 26 e 27 de abril, teremos os shows musicais Saberes Sonoros convida Chico César e Nordeste Orquestrado, com Luiz Fidélis e a Orquestra Solibel Jovem. O acesso é gratuito e conta com acessibilidade em Libras.
O equipamento abraça estas duas importantes iniciativas de instituições parceiras para sua celebração de aniversário, fortalecendo e impulsionando a memória do trabalho de grupos locais. Saberes Sonoros é o nome da coletânea produzida pela Carroça de Mamulengos desde 2021, que propõe registrar a música dos grupos de tradição no Cariri, em diálogo com sonoridades contemporâneas e que já conta com oito trabalhos produzidos.
O show musical com Chico César acontece como desdobramento do projeto, reunindo no palco os mestres Antônio e Raimundo, do Reisado dos Irmãos, Mestre Dodô do Reisado São Francisco, Mestre Aldenir, do Reisado Reis de Congo e Mestra Marinez, do Coco Frei Damião. Chico é filho de brincante de reisado e tem como inspiração fontes da cultura popular para a criação de seu trabalho. A atividade acontece no dia 26 de abril, às 19h, no Terreiro das Artes.
“Esta apresentação pretende abrir caminho para os grupos de tradição do Cariri ocuparem os palcos nacionais e internacionais realizando shows sem perder a originalidade e a tradição que os constituem”, explica Maria Gomide, Diretora Artística da realização. Na oportunidade, também haverá o lançamento do álbum Reis de Congo – 90 anos do Mestre Aldenir, sendo o nono álbum da coletânea Saberes Sonoros. Em sequência da programação no Terreiro das Artes, teremos a apresentação voz e violão de Chico César.
Já o Nordeste Orquestrado, é fruto da aproximação dos artistas Luiz Fidelis e Ranier Oliveira em parceria com a Orquestra Solibel Jovem da Vila da Música Mons. Ágio Augusto Moreira. O show-espetáculo traz em sua essência o trabalho concebido e produzido durante anos pelo músico caririense Luiz Fidelis, que retrata a vida, paisagens e acontecimentos do cotidiano no Nordeste brasileiro.
Composto por 13 faixas, a apresentação acontece no dia 27 de abril, às 20h, no Terreiro das Artes e perpassa pelos gêneros do forró, baião, xotes e arrasta pé, homenageando a região do Cariri e suas riquezas socioambientais, culturais e históricas. Os arranjos e direção musical é do músico e educador Ranier Oliveira e pelo regente da Orquestra Solibel Jovem, Wesley Santana, em parceria com o instrumentista Thomas Ravelly.
2 anos do Centro Cultural do Cariri
Sob gestão da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, o Centro Cultural do Cariri tem sido instrumento essencial para o exercício pleno para a diversidade, criatividade e acessibilidade, estabelecendo diálogos e fortalecendo as relações parceiras. Instalado na cidade de Crato, é conceituado como um Centro Cultural Parque e atende aos 29 municípios da região do Cariri.
Com mais de 50 mil metros quadrados, o espaço abriga uma variedade de instalações, incluindo três galerias de arte, salas de formação, ateliê de artes e ofícios, rádio escola, palco para espetáculos e grande área verde com areninha, quadras de vôlei e brinquedopraça, abertos à população e suas diversas organizações a fim de estreitar trabalhos e projetos afins.
“Enxergo o Centro Cultural do Cariri como uma grande escola que bebe da perspectiva de Paulo Freire, pois é ‘Lugar de gente que trabalha, que estuda, que alegra e se estima’, é um lugar de educação, onde o processo de criação do conhecimento e de busca da transformação-reinvenção da realidade pela ação-reflexão humana é constante”, comenta a produtora cultural Roberta Rocha.
O equipamento é um espaço para a discussão e promoção da arte, ciência e tecnologia, aliadas à tradição cultural e à contemporaneidade, estando aberto aos processos de experimentação e intercâmbio. Atua diretamente na salvaguarda do patrimônio cultural da região e no processo de qualificação técnica dos profissionais do campo das artes e da cultura, contribuindo para a criação de políticas públicas, pensamento crítico, inovação, pesquisa e produção de conhecimento.
Para Rosely Nakagawa, Diretora do Centro Cultural do Cariri, “Dentre os novos equipamentos culturais do Estado, o Centro Cultural do Cariri se apresenta como representante de uma política descentralizadora na região da Chapada do Araripe”. Desde a obra ainda em andamento, o equipamento tem a participação da comunidade de moradores ao redor e agentes como essenciais para o seu desenvolvimento.
“A comunidade vizinha ao Centro Cultural abraçou o espaço, ocupando-o desde os primeiros dias de abertura. A participação das escolas deu vida aos programas desenhados para todas as faixas etárias. Os grupos das artes do corpo, da música, puderam se apresentar e difundir seus trabalhos acompanhados de profissionais do Brasil. As artes visuais se apresentaram em diversos formatos e espaços do lugar”.
A gestora afirma que isso não seria possível sem o apoio de associações, institutos, organizações, universidades, secretarias de cultura municipais, da Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Estado do Ceará (Rece), entre tantos colaboradores do Cariri, de outros estados do país e fora dele. “Celebramos nestes dois anos, mais do que uma série de realizações de sucesso, mas a alegria de parcerias que nos somam todos os dias na construção de um Centro Cultural do Cariri para o Cariri e para o mundo”.
*Fonte: Casa Civil
