segunda-feira, 10 de junho de 2024

Poliomielite pode voltar a aparecer no Brasil devido à baixa cobertura vacinal


A poliomielite é uma doença contagiosa causada por vírus que pode afetar, principalmente, crianças. Nos casos graves, ela pode causar paralisia muscular e, por isso, também é conhecida como paralisia infantil. No Brasil, a doença está erradicada desde 1990, porém sua cobertura vacinal está abaixo da meta de 95% desde 2016, aumentando o risco de retorno da circulação do vírus.

A vacina é a forma mais eficaz de prevenção da poliomielite. Por isso, todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas conforme esquema vacinação e campanha nacional anual. Neste ano, a Campanha Nacional de Vacinação 2024 acontecerá entre os dias 27 de maio e 14 de junho.

A vacinação anual visa conter o risco de reintrodução da doença no território brasileiro. De acordo com o Ministério da Saúde, não há circulação do poliovírus no país desde 1990, graças ao esforço de imunização. No entanto, a cobertura vacinal vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72% no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o risco da volta da paralisia infantil no Brasil como “altíssimo”, colocando o país em alerta máximo. Em 2022, em entrevista à CNN Rádio, o então presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, falou sobre o risco de a doença retornar ao Brasil.

“As pessoas não lembram mais, o último caso no Brasil é de 1989, mas a pólio continua ocorrendo no mundo, de forma endêmica em alguns países e com surtos em outros”, disse. Na época, a entidade lançou a campanha “Paralisia infantil: a ameaça está de volta”.

No mesmo ano, a Unicef alertou sobre o risco da volta da pólio no Brasil. “Estamos correndo risco de que essas doenças voltem, elas têm gravidade e podem levar à mortalidade, a pólio traz a paralisia infantil e a morte. É uma situação agravada que a gente precisa reverter, não podemos aceitar que crianças morram e sofram por doenças facilmente preveníveis por vacinas”, disse Stéphanie Amaral, oficial de saúde da entidade, em entrevista à CNN.

*CNN.