O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Romeu Aldigueri, teceu críticas contundentes à concessão do Parque Nacional de Jericoacoara à iniciativa privada, por meio da qual a empresa responsável planeja cobrar pelo menos R$ 50 em ingressos para visitantes acessarem o local.
"O Ministério do Meio Ambiente deveria rever essa privatização e os critérios, tendo em vista problemas não republicanos que talvez peguem nos secretários executivos do Ministério", destacou o parlamentar, em pronunciamento na Alece, na terça-feira (29).
Aldigueri afirmou ainda que corrobora com a decisão da Justiça de suspender a cobrança de ingressos para o Parque.
"Sempre me posicionei contra a privatização do serviço do Parque Nacional de Jericoacoara. O governador Elmano de Freitas se posicionou de forma contrária (...) O que vai ser cobrado é uma taxa de pedágio para chegar à vila, e hoje já se paga uma taxa de visitação assim para o Município", frisou.
O presidente da Alece ainda endossou críticas levantadas pelo deputado estadual Renato Roseno a um projeto em Jijoca para liberar construções com estaturas mais elevadas que o permitido atualmente.
"Um projeto de lei da Prefeitura Municipal para tramitar em regime de urgência para regulamentar e regularizar os crimes ambientais cometidos na Vila de Jericoacoara.
Desde a década de 1980, quando ainda era APA, só pode térreo e primeiro andar - ou primeiro e segundo andar com 7 metros de altura de gabarito - e querem agora regulamentar terceiros andares, com pagamento de taxas. Isso é um crime urbanístico e ambiental. Acredito que os vereadores não irão passar. E se passar, o Ministério Público tornará essa lei inconstitucional", criticou Aldigueri.
Já Roseno afirmou que "a regularização do que é irregular" ocorre "ao arrepio de recomendação do Ministério Público".
*Diário do Nordeste.
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