quarta-feira, 4 de junho de 2025

Quadra chuvosa: 59% do território cearense teve chuvas abaixo da média



Durante a quadra chuvosa de 2025, que ocorreu entre fevereiro e maio, 59,9% do território cearense teve precipitações abaixo da média histórica, conforme divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Apenas 5% do estado registrou chuvas acima da média. A avaliação foi apresentada em coletiva realizada nesta quarta-feira, 4 de junho, na sede da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).

As regiões mais afetadas pela escassez de chuvas foram:

Sertão Central e Inhamuns

Serra da Ibiapaba

Vale do Jaguaribe

Embora a quadra chuvosa tenha terminado dentro da média histórica, o volume de chuvas ficou aquém do esperado. No entanto, algumas localidades, como a faixa litorânea e as proximidades do açude Orós, o segundo maior do estado, apresentaram resultados positivos.

O secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Fernando Santana (PT), comentou sobre a situação: “As chuvas começaram mais cedo e o quadro foi bem animador, mas não tivemos o acúmulo que esperávamos. No litoral, temos um acúmulo muito bom, e no Orós, que chegou a sangrar, a situação é favorável. Contudo, há regiões que geram preocupação.”

As áreas de preocupação, localizadas no Centro Sul do estado, incluem as bacias do Médio Jaguaribe, Sertões de Crateús e Banabuiú, que estão com menos de 40% da capacidade hídrica. A média geral do Ceará atualmente é de 54% da capacidade total, o que representa uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por outro lado, boas notícias vêm do Centro-Norte do estado, onde, pelo sexto ano consecutivo, o volume de água na bacia da Região Metropolitana de Fortaleza será suficiente para atender à demanda. A expectativa da SRH é que o volume armazenado nos açudes Castanhão e Orós possa ser utilizado para abastecer o Vale do Jaguaribe e os municípios do sertão.

“O impacto do Orós é diretamente ligado à região Jaguaribana. Atualmente, temos dois bilhões de metros cúbicos de água acumulados no Orós e a mesma quantidade no Castanhão. Isso é uma acumulação muito boa para a região, permitindo que possamos perenizar todo o vale com vazão satisfatória para atender a todos os usos, sem restrições para irrigação, carcinicultura e abastecimento humano”, complementou Santana.

Na Região Metropolitana de Fortaleza, os ajustes necessários devem se restringir a algumas transferências de água entre açudes. O Pacoti, principal reservatório da bacia, que não sangrou, poderá receber água do Gavião, entre outros.

*O Povo