segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Peixes de rio que corta o Ceará oferecem risco à saúde humana, alerta pesquisa da UFC


Um estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em Crateús identificou níveis preocupantes de poluentes em peixes do Rio Poti, que corta os distritos de Ibiapaba e Oiticica. A pesquisa, desenvolvida em parceria com o Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (Lacor) do Labomar-UFC, aponta que o consumo desses animais pode estar associado ao risco de câncer e outras doenças graves. Segundo os resultados, 22% das espécies analisadas apresentaram índices inaceitáveis de risco cancerígeno, conforme critérios da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA).

Entre as espécies mais afetadas estão branquinha, curimatã, piranha, tucunaré, piau, bodó e cangati, sendo as três últimas as que registraram os níveis mais altos de risco. O relatório ainda destaca que a ingestão diária de 150 gramas de filé contaminado já representa um perigo significativo à saúde humana, devido à presença de poluentes cancerígenos e de contaminantes ligados a danos neurológicos e endócrinos. O levantamento começou em 2024, após relatos de moradores que observaram peixes com olhos inflamados e deformados.

Os resultados foram apresentados no trabalho de conclusão de curso da engenheira ambiental e sanitarista Ana Clara Rosendo Sousa, sob orientação da professora Janaina Lopes Leitinho, do Núcleo Integrado de Pesquisa e Inovação (NIPI) da UFC em Crateús. Apesar do alerta, a docente ressalta que a alimentação não é o único fator determinante para o surgimento de câncer, já que a doença pode ter múltiplas causas.

*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do Diário do Nordeste