Cinco meses após o corpo do adolescente Thiago Martins, de 12 anos, conhecido como “Vaqueirinho de Mauriti”, ter sido encontrado na zona rural de Mauriti, no interior do Ceará, o laudo cadavérico confirmou que o menino sofreu múltiplos traumas antes da morte, indicando que ele foi vítima de violência física severa. O documento aponta fraturas nas costelas, laceração e colapso pulmonar, além da perda de dentes da frente, lesões compatíveis com morte violenta.
A mãe da vítima, Josiele Martins, recebeu o laudo em maio e afirmou que o filho foi torturado e assassinado friamente. Em entrevista, ela relatou a dor e a indignação diante da falta de respostas das autoridades.
“Eu não entendo por que não tenho uma resposta. Eu só quero justiça pelo amor do meu filho. Queria que a polícia me dissesse o que sabe. Aqui ninguém faz nada”, desabafou.
O inquérito policial segue sem conclusão, e familiares denunciam demora e descaso na investigação, especialmente por se tratar de uma família de baixa renda. O laudo detalha as lesões que indicam agressões antes da morte, entre elas:
Fraturas nas costelas, com laceração e colapso
do pulmão, apontadas como causa direta do óbito;
Perda de três dentes frontais (11, 12 e 22), com
ferimentos na boca, sugerindo golpe direto no rosto;
Equimose extensa no braço esquerdo, compatível
com trauma enquanto ainda estava vivo;
Contusões nos cotovelos e tornozelos, indicando
tentativas de defesa ou resistência.
A advogada Lizandra Juca, que acompanha o caso, ressaltou a gravidade das lesões e cobrou mais transparência nas investigações.
“O exame pericial diferencia com clareza as lesões ocorridas antes da morte, marcadas por sinais vitais de reação orgânica, das alterações post mortem. É fundamental que esse laudo seja devidamente considerado para que haja justiça”, afirmou.
*ada redação do BFJR, com G1.