Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cerca de 26% das prefeituras cearenses não conseguirão fechar as contas no azul em 2025. O cenário é alarmante e expõe a fragilidade estrutural das finanças locais: sem caixa suficiente, gestores correm contra o tempo para evitar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o colapso na prestação de serviços básicos.
Dados recentes do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) já alertavam para esse gargalo: mais de 90% dos municípios do Ceará possuem baixa autonomia financeira, ou seja, não geram receita própria suficiente sequer para pagar a estrutura administrativa e a Câmara de Vereadores. Vivem, na prática, de "mesada" federal.
Por outro lado, 99% dos municípios cearenses afirmam estar com o funcionalismo em dia e 90% dizem que a folha do mês de dezembro será paga em dia. No caso do 13º salário, 81% dos municípios optaram por fazer o pagamento parcelado.
A situação exige um debate urgente sobre o Pacto Federativo. Enquanto os municípios continuarem com o pires na mão, dependendo de Brasília para fechar a folha de pagamento, a autonomia municipal será apenas uma ficção jurídica, e o colapso financeiro, uma ameaça constante a cada fim de ano.
*Da redação do Blog do Farias Júnior com O POVO.