Esse nível de cinismo revela uma faceta assustadora da violência doméstica: a capacidade do agressor de manipular sentimentos e esconder sua monstruosidade sob uma máscara de normalidade.
Imagens de câmeras do condomínio no Morumbi mostravam a realidade brutal: minutos antes da morte, Katiane foi espancada no estacionamento e arrastada pelos cabelos no elevador. As imagens não deixam margem para dúvidas sobre o terror psicológico e físico a que a jovem foi submetida antes de seu fim trágico.
A prisão de Alex, decretada após a revelação dos vídeos, encerra sua atuação macabra, mas não apaga a violação dupla sofrida pela família: a da perda e a da traição da confiança.
Este caso serve como um alerta doloroso sobre a dinâmica dos relacionamentos abusivos e a necessidade de não silenciar diante de sinais de agressão. A postura de Alex, que tentou sustentar uma mentira até o último segundo, é o retrato de um machismo que mata e ainda tenta controlar a narrativa da vítima após a morte. Que a justiça seja implacável e que a memória de Katiane não seja manchada pela covardia de quem a vitimou. A sociedade precisa estar atenta: por trás do choro de um companheiro em luto, muitas vezes esconde-se o responsável pelo caixão.
*Da redação do Blog do Farias Júnior.