quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Covarde, violento e frio - Homem vem ao Ceará, chora no sepultamento da companheira e é preso em SP suspeito de tê-la matado.


A crueldade do feminicídio no Brasil ganhou um capítulo de perversidade extrema nesta semana com o caso de Maria Katiane Gomes da Silva. A jovem morreu no dia 29 de novembro após cair do 10º andar de um prédio no bairro do Morumbi, na capital paulista. Inicialmente, familiares acreditavam que a morte tivesse sido acidental ou resultado de suicídio. Alex Leandro Bispo dos Santos, suspeito de matar a companheira cearense em São Paulo, teve a audácia e o sangue frio de viajar até Crateús para encenar o papel de viúvo desolado. No velório, chorou, levou flores ao túmulo e recebeu o abraço solidário de uma família destroçada, que, sem saber, consolava o possível algoz de sua própria filha.

Esse nível de cinismo revela uma faceta assustadora da violência doméstica: a capacidade do agressor de manipular sentimentos e esconder sua monstruosidade sob uma máscara de normalidade.

Imagens de câmeras do condomínio no Morumbi mostravam a realidade brutal: minutos antes da morte, Katiane foi espancada no estacionamento e arrastada pelos cabelos no elevador. As imagens não deixam margem para dúvidas sobre o terror psicológico e físico a que a jovem foi submetida antes de seu fim trágico.

A prisão de Alex, decretada após a revelação dos vídeos, encerra sua atuação macabra, mas não apaga a violação dupla sofrida pela família: a da perda e a da traição da confiança.

Este caso serve como um alerta doloroso sobre a dinâmica dos relacionamentos abusivos e a necessidade de não silenciar diante de sinais de agressão. A postura de Alex, que tentou sustentar uma mentira até o último segundo, é o retrato de um machismo que mata e ainda tenta controlar a narrativa da vítima após a morte. Que a justiça seja implacável e que a memória de Katiane não seja manchada pela covardia de quem a vitimou. A sociedade precisa estar atenta: por trás do choro de um companheiro em luto, muitas vezes esconde-se o responsável pelo caixão.

*Da redação do Blog do Farias Júnior.