sexta-feira, 29 de julho de 2022

COLUNA DA FÁTIMA ALVES: JULHO MÊS DAS PRETAS




JULHO MÊS DAS PRETAS

https://institutoodara.org.br/

Estamos finalizando o mês de julho, muitos acontecimentos na nossa história e vale registrar o mês das Pretas. Julho das Pretas é uma iniciativa criada em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra em homenagem ao 25 de julho, Dia Internacional das Mulheres Negras, Afros, Latino-americanas e Caribenhas, como também para dar visibilidade à agenda política das mulheres negras. O Dia da Mulher Negra Foi instituída instituído pelo governo do Brasil pela Lei nº 12.987/2014 em 2014. E o 31 de julho – Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha. Essa lei foi sancionada pela então Presidente Dilma Rousseff, e a data relembra a como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola, viveu durante o século 18. Com a morte do companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho e a população (79 negros e 30 índios), morta ou aprisionada.

E o que é ser mulher negra na sociedade atual, na nossa cidade? Fica o questionamento individual. Tudo é questão de respeito. Não é só o fato de registar mais uma data no calendário, mas é também sobre homenagear e exaltar as mulheres negras que estão no cotidiano, bem como as que estão na nossa memória coletiva e afrocentrada, na nossa cultura e merece a realeza de serem reconhecidas como pessoas que fizerem e fazem a história. Vale a pena rever a história da nossa terra e buscar as mulheres negras que fizeram a história acontecer.

 O portal https://www.geledes.org.br/ traz uma introdução que vale a pena trazer como referência e reflexão: “Para a mulher negra, nunca houve um dia de festa, flores, cuidado e aconchego. Vivemos num mundo que não enxerga a mulher negra pela pessoa que é, mas pelos recursos que fornece, pelas ferramentas que oferece. A mulher negra ainda é a carne mais barata do mercado, o gadget mais útil da loja. Mas o Julho… É delas. Por ela, o mês é todo delas. A nós, a cidadania é sistematicamente negada. E por isso, é necessário que tenhamos um Julho das Pretas. É necessário refletir sobre tudo que somos, sobre os passos que demos – eles vêm de muito longe – e que ainda vamos dar”.

De fato, precisamos erguer a bandeira das mulheres negras como sinal de resistência vamos “derrubar” os preconceitos, lutar pela igualdade de direitos, lutar contra a violência que ocorre entre as mulheres negras, enfim juntos seremos mais fortes.

“Ter um dia dedicado a Tereza de Benguela é reforçar a história de uma mulher que se tornou símbolo do poder e da mulher preta intransponível pelos açoites da história. Nós, mulheres negras, carecemos de heroínas negras que reforcem o orgulho de nossa história, então ter um dia dedicado a Tereza de Benguela é reforçar uma luta, reconhecer a força dessa liderança quilombola e reacender uma memória de resistência e realeza feminina”. ( https://www.agenciajovem.org/)