segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Ceará apresenta segunda menor taxa de desemprego do Nordeste

Foto: Aurélio Alves

A taxa de desocupação do Ceará no segundo trimestre de 2022 é a segunda menor entre os nove estados da região Nordeste.                     

Apesar da boa classificação regional, índice do Estado é de 10,4%, ficando acima da média nacional de 9,3%.


Dentro desse contexto, o mercado de trabalho cearense não acompanhou a expressividade da tendência de queda na taxa de desocupação registrada no Brasil no segundo trimestre deste ano.                             


Na contramão, o Ceará figurou com a menor redução no número de desocupados do País.


Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã de hoje, sexta-feira, 12 de agosto. Informações fazem parte da divulgação trimestral da Pesquisa de Amostro Domiciliar (Pnad).


Os números indicam que enquanto 21 estados e o Distrito Federal computaram queda no índice de ocupação, o Ceará e outras quatro unidades da federação apresentaram cenário de estabilidade no índice entre abril e junho deste ano frente aos três primeiros meses de 2022.


No caso do Estado, houve registro de redução do índice, porém, sem variação considerável. A taxa de desocupação do Estado saiu de 11% no começo do ano para 10,4% nos três últimos meses do primeiro semestre.


Ceará soma 3,5 milhões de pessoas fora da força de trabalho

O percentual de desocupação indica que, de toda a população em idade apta ao trabalho no Ceará, 10,4% estão sem desenvolver qualquer tipo de trabalho, seja formal, informal, por conta própria ou sem assumir as responsabilidades sobre os serviços domésticos da própria residência. 


Em conformidade com o balanço do IBGE, o Ceará apresenta 9,2 milhões de pessoas residentes, das quais 7,5 milhões estão em idade apta ao trabalho.


Com isso, levando em consideração a taxa de desocupação do Estado, o Ceará registra cerca de 412 mil pessoas sem nenhum tipo de ocupação entre abril e junho de 2022.


Nesse total, incluem-se as pessoas que não encontram trabalho e aquelas que estavam aguardando serem convocados para trabalhos nos quais já haviam sido selecionados, sempre considerando um tempo de permanência na condição de desempregado de um mês. 


Para além desse contingente, aqueles somando o número de pessoas que não estava apta a assumir um trabalho, o total daqueles que não buscaram emprego e aqueles que desistiram de procurar trabalho, o Ceará soma 3,5 milhões de pessoas fora da força de trabalho. 


Entre essas incluem-se adolescentes em idade escolar, donas de casas, aposentados e dependentes de benefícios assistenciais como Auxílio Brasil e que não procuram emprego. 


Além disso, a taxa de subutilização da força de trabalho no Ceará é de 28,7%, isso significa que entre todas as pessoas ocupadas no Estado, 28,7% desenvolvem atividades pontuais, não preenchendo a carga horária total de trabalho permitida por lei, apesar da vontade do trabalhador. 


Mais da metade dos trabalhadores cearense atua na informalidade

O Ceará apresenta a sexta menor proporção de trabalhadores com carteira assinada no Brasil entre maio e junho de 2022. No Estado, entre a população ocupada no mercado formal de trabalho, 55,8% contam com carteira assinada.


O menor percentual deste comparativo foi registrado no Piauí, com 46,6% e o maior em Santa Catarina com 87,4%.


No Brasil, a média dos profissionais do setor privado com carteira assinada no segundo trimestre do ano ficou em 73,3%. Entre os trabalhadores domésticos, 25,1% tinham carteira de trabalho assinada no país.


Nesse contexto, 52,8% dos trabalhadores ocupados no Estado atua na informalidade. No percentual, estão incluídos: Empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; Empregador sem registro no CNPJ; Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; e Trabalhador familiar auxiliar. 


No Brasil, 40% dos trabalhadores em atividade no segundo trimestre de 2022 atuavam na informalidade. O percentual do ceará é 12,8 pontos percentuais maior do que a média nacional. No Estado, mais da metade dos profissionais atuam no mercado informal de trabalho. 


As maiores taxas ficaram com Pará (61,8%), Maranhão (59,4%) e Amazonas (57,7%) e as menores, com Santa Catarina (27,2%), São Paulo (31,1%) e Distrito Federal (31,2%).


Rendimento médio do cearense completa 9 meses em queda

Em meio ao aumento da informalidade, o rendimento médio do trabalhador cearense completou o terceiro trimestre de queda consecutiva.


A última alta registrada foi na passagem do segundo trimestre de 2021 para o terceiro trimestre deste mesmo ano, quando a renda média do cearense saiu de R$ 1.881 para R$ 1.907.


Após isso, nos últimos três meses de 2021, a renda média caiu, chegando a R$ 1.864, tendo atingido o valor de R$ 1.799 nos três primeiros meses de 2022 e após mais uma queda, encerrou o segundo trimestre deste ano no valor de R$ 1.794.


Trabalhadores por conta própria

Ceará apresenta 3.572.000 de pessoas ocupadas, seja no mercado informal ou formal, de acordo com dados do IBGE. Desse total, 27,9% trabalha por conta própria. Percentual fica ligeiramente acima da média nacional de 26,2%. 


Entre os demais estados, o Amapá, apresentou a maior proporção de trabalhadores autônomos entre os estados brasileiros, cenário que representa a realidade de 35,7% de todos as pessoas trabalhando no estado. 


Na sequência, aparecem os estados de Rondônia com 35,3% e Amazonas, com 35% dos trabalhadores ocupados atuando por conta própria. Em contrapartida, Distrito Federal apresenta o menor índice de profissionais autônomos com 20,1%. 


Mato Grosso do Sul aparecem na sequência com 22,6%, seguido por São Paulo (23,2%).



*Da redação do BFJR com dados do O POVO.