sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Capacete Elmo: 66% dos pacientes com o dispositivo não precisaram ser intubados, diz pesquisa

Foto: Governo do Ceará/Divulgação
Uma pesquisa constatou que 66% dos pacientes que utilizaram o capacete Elmo não precisaram ser intubados. Os resultados foram apresentados na última quarta-feira (19). O estudo Elmo Registry, desenvolvido pela Gerência de Pesquisa em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), foi divulgado nesta semana.

Até o momento, o estudo avaliou 1.570 prontuários de pessoas que ficaram internadas entre novembro de 2020 e novembro de 2021 em dois hospitais de Fortaleza. O resultado prévio da análise, que segue em andamento até o fim de 2022, foi apresentado pelo superintendente da ESP/CE e idealizador do capacete, Marcelo Alcantara, durante o evento Gestão de Inovação do Capacete Elmo, na sede da Escola de Saúde.

O encontro reuniu grande parte dos desenvolvedores que participaram do projeto, para que eles tivessem, além do reconhecimento, um momento de confraternização e celebração.

"Dois terços dos pacientes não foram intubados. Isso é muita coisa, pois eram pessoas que estavam em estado grave. As taxas de intubação que levantamos de outros trabalhos chegam a 60%. Com o Elmo, nós reduzimos para 34%. Precisamos ainda ampliar a base de dados, mas esse resultado preliminar é bem positivo", disse Alcantara durante o evento.

Capacete Elmo

O Elmo foi criado em abril de 2020 a partir de uma força-tarefa público-privada entre ESP/CE, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) – por meio do Senai Ceará –, Universidade de Fortaleza (Unifor), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Esmaltec.

Acomodado ao pescoço do paciente, o Elmo permite ofertar oxigênio a uma pressão definida ao redor da face, sem necessidade de intubação. Dessa forma, a pessoa consegue respirar com auxílio da pressurização e oferta de oxigênio. O sistema possibilita, portanto, a melhora na respiração e pode ser utilizado fora de leitos de UTI.

O equipamento pode ser desinfectado e reutilizado. Outro benefício é o custo inferior em relação aos respiradores mecânicos e a maior segurança para os profissionais de saúde, já que, por ser vedado, não permite a proliferação de partículas de vírus.

Além disso, o Elmo se configura como um legado da pandemia para a saúde e pode tratar outras enfermidades que comprometem o funcionamento dos pulmões, como pneumonia e H1N1.
 


*Da redação do BFJR com dados do g1.