terça-feira, 26 de setembro de 2017

Matheus Nogueira - A Fantástica experiência do Rock In Rio

Experienciar o Rock in Rio é uma emoção que não existe! A gente respira um ar eletrizante que oxigena nossos movimentos e sensações na mesma sintonia daquele universo. Para melhor discorrer sobre as impressões que traduzem a experiência vivida no Rock in Rio, três tempos serão brevemente narrados: o antes, o durante e o depois.

1° TEMPO - O ANTES: Tudo começa no momento em que se acredita que é possível viver essa experiência. Até conseguir comprar as pulseiras que dão acesso ao maior festival de música do mundo, tudo parece um sonho. Em dia e hora marcados (com quase um ano de antecedência - novembro/2016) começou a jornada para conseguir comprar os ingressos. Foram horas conectado ao site de vendas até conseguir garantir o Rock in Rio CARD (cartão adquirido que te permite a liberdade de agendar a ida a qualquer dia do festival). Para entender essa dificuldade, basta dizer que a venda de aproximadamente 120 mil CARDs esgotou em menos de duas horas. Enfim, CARDs garantidos!


Quase seis meses depois as pulseiras chegam a seu endereço. É o primeiro arrepio que se sente. Cada pulseira possui um QR-Code, que posteriormente deverá ser utilizado para efetuar o seu cadastro no dia escolhido para o festival. Esse código único também assegura a entrada no festival. Cabe destacar que as pulseiras são invioláveis. Uma vez colocada no braço é impossível retirar sem danificar. É de um nível tecnológico impressionante.


 Pulseiras em mãos, voo confirmado, hotel reservado, malas prontas, roteiro traçado: é hora de viajar! É o segundo arrepio que se sente, sobretudo pelo "desconhecido". De um lado a ansiedade e o êxtase em viver o festival; de outro, insensíveis comentários e opiniões que, em síntese, diziam: "você vai se arrepender". Ainda assim, seria melhor ousar. Portas em automático: partiu, Rock in Rio.



2° TEMPO - O DURANTE: Até chegar a Cidade do Rock, anteriormente foi necessário adquirir o RioCard (cartão de acesso aos serviços de metrô e BRT na cidade do Rio de Janeiro). O traslado foi super tranquilo, mesmo com os veículos bem cheios. Não compensa ir de táxi, uber ou outros alternativos, pois os congestionamentos são insuportáveis. Dentro do metrô, tudo já estava no clima do festival. Todos tinham o mesmo destino: ser feliz. Chegar à Cidade do Rock e visualizar o estonteante letreiro do Rock in Rio é de arrepiar (este, o terceiro arrepio). Transcende uma energia sensacional, pois é onde se tem a certeza de que você está ali. 




A área da Cidade do Rock parece não ter fronteiras. É uma imensidão. São jardins, fontes, parque de diversão (com filas infinitas), games, ruas, piscinas, incontáveis bares, restaurantes, lojas, banheiros em contêineres (super respeitáveis), palcos deslumbrantes com renomados artistas fazendo os melhores sons e uma pulsação vibrante e sincronizada de todo aquele mar de gente. Os olhos brilham diante de tudo que tem lá dentro, principalmente ao lembrar dos meus irmãos, familiares e amigos que gostariam de estar lá.

O Rock in Rio é um festival espetacular. A energia de milhares de pessoas frenéticas contamina. As múltiplas culturas e os diferentes idiomas/sotaques convergem para uma identidade chamada música. A mistura de sons, ritmos, raças, danças, cores, idades e sorrisos iluminam e democratizam o espaço. As opções de entretenimento e a simultaneidade de shows com muita música boa nos levam ao desejo de que a vida seja um eterno Rock in Rio. Lá dentro, não há tempo a perder



Em síntese: os shows, de produções e repertórios incríveis; o público, delirante a cada música; o chopp na mochila, uma novidade (pelo menos para mim); o espetáculo de pirotecnia e da orquestra iluminada dos drones, as mais belas e emocionantes imagens; pessoas deitadas no gramado, a representação da exaustão após 12 horas de festival; o fim da festa sem qualquer tipo de lixo (copos, latas, garrafas e afins) pelo chão, a maior lição de educação; e o contato com milhares de pessoas disputando o mesmo espaço sem ter sido minimamente empurrado ou imprensado, a certeza de que ainda existe respeito e muita gente civilizada.

3° TEMPO - O DEPOIS: Além de um cansaço nunca antes sentido e de um coração transbordando felicidade, resta a gratidão a Deus pela proteção e oportunidade em experienciar o Rock in Rio, bem como o sonho de voltar na próxima edição. É como sempre digo: "a gente só quer viver novamente aquilo que algo nos acrescenta".


E foi tudo perfeito? Foi sim! Mayara, a minha fiel companheira, não gostou muito da exclusividade da Heineken... (rs). Enfim, foi melhor viver tudo o que havia para viver a se
preocupar com mínimos detalhes. O Rock in Rio possui características que o torna um festival único. No mais... não dá para contar, tem que conhecer.

Se a música aproxima pessoas e potencializa sentimentos, façamos da nossa vida um verdadeiro Rock in Rio.



Brejo Santo – CE, 25 de setembro de 2017. 
Matheus Figueiredo Nogueira
Enfermeiro. Doutor em Saúde Coletiva.
Professor da Universidade Federal de Campina Grande (Campus Cuité).