quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

COLUNA DO PROFESSOR PIXOTE - Ilusões

ENTENDENDO AS ILUSÕES QUE NOS FAZEM ACREDITAR EM NOVOS TEMPOS, EM MOMENTOS DIFERENTES E SEMPRE MELHORES.
 
Certa vez vivia um povo no leito de um grande rio cristalino. A correnteza deslizava silenciosamente sobre todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus. E a correnteza seguia seu caminho, alheia a tudo que não fosse sua própria essência de cristal.

Todas aquelas criaturas se agarravam como podiam aos ramos e às pedras do leito do rio, porque sua vida consistia em se agarrar e porque todas elas, desde o berço, tinham aprendido a resistir à correnteza. Mas por fim uma das criaturas disse: “Estou farta de me agarrar. Mesmo que meus olhos não vejam o que há pela frente, confio que a correnteza saiba para onde vai. Vou me soltar e deixar que ela me leve pra onde quiser. Se eu continuar aqui, imobilizada, morrerei de tédio!”

As outras criaturas riram e exclamaram: “Tola! Se você se soltar, essa correnteza que você venera a lançará, aos trambolhões e feita em pedaços, contra as pedras. Ela a matará mais depressa que o tédio.” Mas ela não lhes deu ouvido. Inspirou profundamente e se soltou. A correnteza lançou-a com violência contra as pedras, mas a criatura, embora machucada, estava decidida a não se agarrar novamente. E então a correnteza a trouxe à tona e ela não mais sofreu nem se lastimou.

As criaturas que viviam rio abaixo e não a conheciam exclamaram: “Vejam, um milagre! Uma criatura igual a nós, e no entanto voa nas águas! Olhem, é o Messias que veio nos salvar!” E a que  tinha sido arrastada pela correnteza respondeu: “Não sou mais Messias do que vocês. O rio gosta de nos fazer voar, com a condição de que ousemos nos soltar. Nossa verdadeira missão na vida é esta viagem, esta aventura”.

As outras continuaram gritando, cada vez mais alto: “O Salvador! O Salvador”, mas ainda agarradas às pedras. E quando levantaram os olhos, ela tinha desaparecido. Ficaram sozinhas, criando lendas sobre um Salvador.”

~ Richard Bach, “Ilusões – As Aventuras de um Messias Indeciso” (1977)
http://dharmalog.com/2012/06/22/o-milagre-do-homem-livre-por-richard-bach-em-ilusoes-as-aventuras-de-um-messias-indeciso-livro/

Pescador de Ilusões – O RAPPA

Se meus joelhos
Não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé
Que me traga fé

Se por alguns
Segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol
A isca e o anzol
A isca e o anzol
A isca e o anzol

Ainda assim estarei
Pronto pra comemorar
Se eu me tornar
Menos faminto
E curioso
Curioso

O mar escuro
Trará o medo
Lado a lado
Com os corais
Mais coloridos

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

Se eu ousar catar
Na superfície
De qualquer manhã
As palavras
De um livro
Sem final, sem final
Sem final, sem final
Final

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

Se eu ousar catar
Na superfície
De qualquer manhã
As palavras
De um livro
Sem final, sem final
Sem final, sem final
Final

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões

Valeu a pena
Valeu a pena
Sou pescador de ilusões
Valeu a pena
Valeu a pena
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões
Valeu a pena
 
https://www.letras.mus.br/o-rappa/47771/

Ai galera, entendeu ????.  É claro que  Profesor  Pixote vai explicar. Há um livro de Richard Bach,  Ilusões,  cujo fragmento está no início do texto. Ele termina da mesma forma que começou: com a  mesma ideia.  A história não tem fim. A música faz referência ao livro diante das diversas observações e reflexões que ele nos ofereçe.

Tenho a seguinte interpretação:

A música fala  que não devemos abrir mão das nossas convicções, a deles (banda) era de ser músico, gravar. Fala das dificuldades. Eles ralavam para fazer sucesso.  Percebemos que, para eles,  devemos perseguir nossos objetivos: continuar acreditando em nossos sonhos, ter fé ainda que as dificuldades sejam enormes (os joelhos doendo).     Aponta que não devemos ter medo de nos arriscarmos, pois só assim podemos desenhar nosso futuro. Ter medo e não ter fé que vai dar certo é pura ilusão.

Temos a ideia de um "novo olhar crítico sobre todas as coisas, o que há por trás de tudo . Há referência ao ato de pescar (como  posso buscar algo sem ter como acreditar?) A isca e o anzol  seriam, portanto os  motivos  e os meios para conquistar  aquilo que acreditamos.

Se não fisgarmos aquilo a que almejamos, não podemos desistir. Temos que continuar tendo esperanças. As dificuldades existem mas devemos persistir.

Mas para isso não devemos ser motivados somente pela nossas necessidades  (faminto ) mas pelo  que o olhar diferente nos permite vislumbrar  ( curioso ).

Enfrentar os desafios, (mar escuro) e ter coragem, nos possibilita encontrar uma forma de viver e ver  melhor representado pelos corais coloridos. Nosso  medo e nossas angústias diante das dificuldades (o mar escuro e profundo - escuridão) nos impede  de acreditar no  que poderá ser.

O medo de que não vai dar certo, nos impele e  nos leva a resignar dos nossos sonhos,  convive  lado a lado com a possibilidade de sermos audaciosos e enfrentar as profundezas.

Só poderemos  ver a beleza das coisas, como os corais coloridos que estão no fundo  do mar escuro, se desvendarmos nossos olhos. Um outro olhar sobre as coisas no mundo é a luz da qual precisamos ter. Essa mudança embora possa parecer dolorosa,angustiante e em algumas vezes frustrante nos é necessária, gratificante e libertária. Daí a necessidade de sermos perseverantes pescando nossas ilusões.

Ser pescador de ilusões vale à pena porque nos permite acreditar que podemos, num mundo que ansiamos,  sem esquecer a realidade que vivemos.

Para os que não acreditam em seus sonhos, a vida é pura ilusão.  Desistir nos leva à frustração.     Diante das dificuldades, o que vale a pena é continuar acreditando - tudo vale a pena se a alma não é pequena - diz Fernando Pessoa.  Não sabemos se vai acontecer realmente aquilo que desejamos, mas acreditar que pode acontecer, buscar algo que nos faça buscar algo ainda que o joelho doa, é o caminho - a isca e o anzol - não importando o que há por vir ( o que for pescado ).  

Trilhar objetivos nos permite superar a acomodação e a passividade tão latente em nossa sociedade. Nos doar aquilo que acreditamos pode nos causar dor e sacrifício (doer o joelho), mas torna a vida mais prazerosa.  ( "Então me diz qual é a graça  de já saber o fim da estrada, Quando se parte rumo ao nada"? -  A seta e o alvo -  Paulinho Moska )

Ir em frente não temer os desafios e confiar que vai da certo é sempre uma aventura incrível  ( é como catar palavras de um  livro sem final como o de Richard Bach ). Ousar é Preciso!!!


Manoel Mosilânio Malaquias da Cruz (Pixote Cruz)
Historiador (URCA), Pedagogo (URCA), Graduado em Mídias da Educação (MEC), Especialista em Mídias da Educação(UFC), em Educação e Direitos Humanos (UFC); em Análise Transacional (Academia do Futuro) e em Metodologia do ensino Superior (UNICAP). Pesquisador sobre Música Brasileira e Tutor do Projeto Professor Aprendiz da SEDUC- FUNCAP na área de Ciências Humanas. Professor de Graduação e Pós- Graduação da Faculdade FACEN. Professor da Rede Privada e Pública Estadual de Brejo Santo-Ce, e do Curso Sapiento. (Salgueiro – Pe)
Especialista e Consultor Educacional das Matrizes Curriculares e dos Parâmetros Curriculares Nacionais e da prova do ENEM
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