O incêndio que destruiu o Museu
Nacional na noite de ontem, no Rio de Janeiro, também teve impacto na região do
Cariri. Especializado em história natural, o equipamento completou 200 anos em
junho e coletava peças do Sul cearense desde 1863. De mais de 20 milhões de
itens, há milhares de fósseis da Bacia Sedimentar do Araripe, mas o
levantamento ainda não foi feito.
“Alguns
milhares”, estima o paleontólogo e professor da Universidade Regional do Cariri
(URCA), Álamo Feitosa, descrevendo a quantidade de peças do Cariri que
possivelmente estavam no Museu Nacional no momento que as chamas consumiu o
prédio. Há alguns anos, uma escavação no distrito de Jamacaru, em Missão Velha,
mais de mil peças foram encontradas. Alguns destes exemplares também foram
enviados. “Virou cal”, lamenta Álamo.
A última
vez que foram doadas peças da região foi em 2014. No entanto, as mais
importantes, são uma nova espécie de crocodilo e outra de dinossauro, ambas
encontradas na Bacia Sedimentar do Araripe, em Araripina (PE) e Santana do
Cariri, respectivamente. Nenhuma delas ainda tinha sido descrita, ou seja,
sequer haviam recebido um nome. Há também aranhas, escorpiões, crustáceos. “É
perda total. Não é uma perda do Brasil. É pra humanidade”, garante o
pesquisador.
Além
disso, no Museu Nacional se encontrava o único exemplar de esqueleto fóssil
completo do Santanraptor placidus, que viveu há aproximadamente 110 milhões de
anos e foi escavado em 1996 na formação Santana. O espécime encontrado media
1,6 metro e foi uma das mais importantes descobertas, pois, na peça, foram
encontrados tecidos moles como músculos e vasos sanguíneos ainda preservados.
*Da redação do Blog do Farias Júnior, com informações do Diário do Nordeste.