SETEMBRO AMARELO -
Quantas vezes nos questionamos sobre qual decisão devemos tomar? Quantas vezes nos indagamos sobre qual caminho deve ser seguido? Quantas vezes nos incomodamos com os dissabores que acompanham a existência humana? Quantas vezes nos perguntamos: “qual o sentido da vida?”.
A existência humana é uma trajetória de descobertas, por isso ela segue acompanhada de questionamentos - perguntas e respostas – para que atitudes sejam tomadas, “sins” sejam avaliados, e “nãos” sejam ditos, para que que seja possível construir ou reconstruir, fazer e se refazer, na medida que a vida nos apresenta demandas, e possibilidades de perceber que ela vale a pena ser vivida.
O psicólogo austríaco Viktor Frankl, em sua obra “Em Busca de Sentido”, nos apresenta que o sentido da vida está em um propósito, pois assim sendo, o ser humano ao encontrar um “porquê” para vida poderia enfrentar qualquer “como”.
É possível que ao nos questionarmos sobre o sentido da vida não consigamos vislumbrar resposta imediata ou não saibamos lidar com a força deste questionamento à nossa existência – temos uma dificuldade enorme em nos “desacomodar”. Por isso é compreensível que cada um de nós tenhamos uma interpretação ou uma maneira de compreendermos a vida, visto que a nossa existência, como dito anteriormente, é uma experiência de descobertas cotidianas. Não há um sentido para a vida que seja universalizado, ele respeita a nossa individualidade, nossa singularidade, respeita aquilo que nos move a enfrentar a lida diária, com resistência e resiliência - nossa capacidade de enfrentarmos, superarmos e nos readaptarmos a situações de adversidade.
“A vida precisa de um propósito”, nos diz Frankl, na medida em que conseguimos estar dispostos a sobreviver, no trabalho com motivação, na vida com amor, e com coragem para enfrentarmos os obstáculos e desafios que a vida impõe. Há quem viva em situações sub-humanas e continuam encontrando sentido na vida, por mais cruel e incerta que seja sua realidade. “Se formos capazes de encontrar um propósito, o sofrimento não será somente suportável, vai se transformar em um verdadeiro desafio, pois dessa maneira, e antes de cair na rendição e de ver na dor um disparate, vamos reunir forças para ver nela uma finalidade, um propósito de vida com o qual alimentar a motivação, a resistência”.
“O ser humano não é completamente condicionado e definido. Ele define a si próprio seja cedendo às circunstâncias, seja se insurgindo diante delas. Em outras palavras, o ser humano é, essencialmente, dotado de livre-arbítrio. Ele não existe simplesmente, mas sempre decide como será sua existência, o que ele se tornará no momento seguinte”.
Seguindo a análise de Viktor Frankl busquemos o sentido da vida, já que há, portanto em nós liberdade para isso. Temos a liberdade de decidir, em cada dia e a cada momento. Nossas decisões dirão se preferimos nos manter refém das circunstâncias, caso não possam ser mudadas, ou se preferimos mudar a nós mesmos, encontrando sentido na vida, e a enfrentando com força, valentia e altivez.
No Setembro que se inicia, mês de valorização da vida, e prevenção ao suicídio, busquemos ainda mais sentido na vida, saiamos da nossa zona de conforto, e percebamos que a vida é possível sempre.
Pense nisso! Uma ótima semana. Até a próxima.
David Junior
Psicólogo, Professor de Filosofia e Atualidades.
Psicólogo, Professor de Filosofia e Atualidades.