segunda-feira, 2 de setembro de 2019

COLUNA DO DAVID JR. - SETEMBRO AMARELO - QUAL O SENTIDO DA VIDA?

   SETEMBRO AMARELO - 
"QUAL O SENTIDO DA VIDA?"

Quantas vezes nos questionamos sobre qual decisão devemos tomar? Quantas vezes nos indagamos sobre qual caminho deve ser seguido? Quantas vezes nos incomodamos com os dissabores que acompanham a existência humana? Quantas vezes nos perguntamos: “qual o sentido da vida?”. 

A existência humana é uma trajetória de descobertas, por isso ela segue acompanhada de questionamentos - perguntas e respostas – para que  atitudes sejam tomadas, “sins” sejam avaliados, e “nãos” sejam ditos, para que que seja possível construir ou reconstruir, fazer e se refazer, na medida que a vida nos apresenta demandas, e possibilidades de perceber que ela vale a pena ser vivida.
 
O psicólogo austríaco Viktor Frankl, em sua obra “Em Busca de Sentido”, nos apresenta que o sentido da vida está em um propósito, pois assim sendo, o ser humano ao encontrar um “porquê” para vida poderia enfrentar qualquer “como”. 

É possível que ao nos questionarmos sobre o sentido da vida não consigamos vislumbrar resposta imediata ou não saibamos lidar com a força deste questionamento à nossa existência – temos uma dificuldade enorme em nos “desacomodar”. Por isso é compreensível que cada um de nós tenhamos uma interpretação ou uma maneira de compreendermos a vida, visto que a nossa existência, como dito anteriormente, é uma experiência de descobertas cotidianas. Não há um sentido para a vida que seja universalizado, ele respeita a nossa individualidade, nossa singularidade, respeita aquilo que nos move a enfrentar a lida diária, com resistência e resiliência - nossa capacidade de enfrentarmos, superarmos e nos readaptarmos a situações de adversidade. 

“A vida precisa de um propósito”, nos diz Frankl, na medida em que conseguimos estar dispostos a sobreviver, no trabalho com motivação, na vida com amor, e com coragem para enfrentarmos os obstáculos e desafios que a vida impõe. Há quem viva em situações sub-humanas e continuam encontrando sentido na vida, por mais cruel e incerta que seja sua realidade. “Se formos capazes de encontrar um propósito, o sofrimento não será somente suportável, vai se transformar em um verdadeiro desafio, pois dessa maneira, e antes de cair na rendição e de ver na dor um disparate, vamos reunir forças para ver nela uma finalidade, um propósito de vida com o qual alimentar a motivação, a resistência”.

“O ser humano não é completamente condicionado e definido. Ele define a si próprio seja cedendo às circunstâncias, seja se insurgindo diante delas. Em outras palavras, o ser humano é, essencialmente, dotado de livre-arbítrio. Ele não existe simplesmente, mas sempre decide como será sua existência, o que ele se tornará no momento seguinte”. 

Seguindo a análise de Viktor Frankl busquemos o sentido da vida, já que há, portanto em nós liberdade para isso. Temos a liberdade de decidir, em cada dia e a cada momento. Nossas decisões dirão se preferimos nos manter refém das circunstâncias, caso não possam ser mudadas, ou se preferimos mudar a nós mesmos, encontrando sentido na vida, e a enfrentando com força, valentia e altivez. 

No Setembro que se inicia, mês de valorização da vida, e prevenção ao suicídio, busquemos ainda mais sentido na vida, saiamos da nossa zona de conforto, e percebamos que a vida é possível sempre. 


Pense nisso! Uma ótima semana. Até a próxima. 

David Junior
Psicólogo, Professor de Filosofia e Atualidades.