
Esses são alguns dos dados disponíveis na plataforma Eva (Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas), um compilado inédito de estatísticas feito pelo Instituto Igarapé, think tank sediada no Rio de Janeiro que se dedica a temas da área de segurança pública. O lançamento do site ocorreu ontem, em alusão ao Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres.
Com base em estatísticas das secretarias de segurança e do SUS, o site elenca dados relativos à violência física, patrimonial, psicológica, moral e sexual contra mulheres de três países: Brasil, México e Colômbia. Os países foram escolhidos por, juntos, somarem 65% dos assassinatos de mulheres na América Latina. As informações estão disponíveis para consulta pública e serão atualizadas periodicamente. Além de estatísticas, o site compila leis relacionadas aos direitos de mulheres nos países estudados, assim como faz um mapeamento de iniciativas de enfrentamento à violência de gênero.
De acordo com Carolina Taboada, pesquisadora do Instituto, um dos intuitos da iniciativa é proporcionar dados de qualidade que permitam o desenho de políticas públicas eficientes. Entendendo a dinâmica da violência contra as mulheres se é capaz de uma política de prevenção mais efetiva, diz, mencionando a importância de identificar os grupos sociais mais vulneráveis. "O papel do poder público não é só responder a uma violência. É muito importante que o poder público aja na prevenção". Por isso, ela lamenta a ausência e falta de unificação de dados. A pesquisadora cita, por exemplo, que o Ceará não enviou dados em nível municipal.
Em 2017, 38,9% das mulheres agredidas no Brasil tinham entre 15 e 29 anos, sendo que 56,3% haviam sido lesionadas por força corporal. Em 2017, 28,1% das mortes de mulheres ocorreram em casa. Do total de vítimas de homicídios naquele ano, 60,1% foram classificadas como pardas. O Instituto Igarapé ressalta que, à exceção de homicídios, mulheres representam as principais vítimas de todos os tipos de violência.
*Da redação do Blog do Farias Júnior, com O Povo