terça-feira, 31 de março de 2020

Qualidade da internet cai e operadoras reforçam ações para manter suas conexões.


Desencadeada pelo atual momento de isolamento social, a alta demanda por internet banda larga tem feito a qualidade das conexões cair na rede fixa, que normalmente apresenta maior estabilidade do que a móvel. Basta uma rápida visita aos canais de comunicação das principais operadoras do País para verificar que não são poucos os consumidores reclamando sobre lentidão, queda de sinal e outros problemas relacionados a seus provedores, que correm para reforçar ações de contingência e garantir a qualidade de seus serviços.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará (UFC), João César Moura Mota, a queda na qualidade da banda larga, neste momento atípico, é praticamente inevitável, já que a capacidade das operadoras "pressupõe que nem todo mundo utiliza o serviço ao mesmo tempo". "Há referências, mas nada que pudesse preparar as empresas para a demanda atual. O número de acessos vendidos é bem maior do que a quantidade de linhas disponíveis", explica.

Ainda conforme o pesquisador, que é fundador do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações sem Fio (GTEL) da UFC, as estratégias das próprias operadoras, que vendem a ideia de "conexão ilimitada, em qualquer hora e lugar", contam contra as empresas neste momento. "Não há número ilimitado para o uso do serviço de internet, seja de banda larga móvel ou fixa. Dentro da normalidade, pode até ser, mas na situação atual as limitações dos provedores são colocadas à prova", destaca. Para ele, "não há muito o que fazer no curto prazo", mas as operadoras possuem uma "pequena margem de manobra" para melhorar a situação.

Neste mês, as operadoras Algar, Claro, Nextel, Oi, TIM e Vivo anunciaram que estavam "deixando a competição em segundo plano" e tomando ações conjuntas para garantir a conectividade diante da mudança no perfil do tráfego de internet, já que, com o isolamento social, a demanda subiu acima do esperado. Na ocasião, as empresas, por meio de comunicado, disseram que redobraram os cuidados na operação das redes fixas e móveis e que instauraram um "plantão permanente de equipes de implantação, instalação, reparo e manutenção, que opera de forma contínua para assegurar a continuidade dos serviços".

Em nota, a Oi informa que "segue trabalhando nas instalações de banda larga Oi Fibra, que neste momento são muito procuradas e críticas para facilitar a comunicação". A companhia frisa, ainda, que está tomando todas as medidas preventivas de proteção de suas equipes técnicas, inclusive nas atividades realizadas em visita a clientes. Já a Claro/NET destaca que, na internet fixa, segue buscando alternativas para garantir a melhor conectividade possível. "Aumentaremos gradativamente a velocidade para todos os assinantes, melhorando a experiência de quem ficará em casa nos próximos dias. A medida acontece sem qualquer custo adicional para o cliente e a liberação está sendo implantada aos poucos", ressalta a operadora.

Já o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) informa que, caso seja necessário, vai "implementar rotinas de contingenciamento e redirecionamento de tráfego para mitigar eventuais situações de congestionamento". A entidade reforça que "a capacidade das redes de telecomunicações não é infinita, mas as empresas estão enviando todos os esforços para manter a segurança, a estabilidade e o funcionamento".


*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do OPovo