domingo, 5 de abril de 2020

COLUNA DO PROFESSOR ROBERTO SOUZA - Covid-19: atividades escolares não presenciais são realizadas pela rede estadual do Ceará.


Neste domingo de quarentena, que também é de Ramos, temos a felicidade de presentear nossos leitores com essa grande novidade. O professor Roberto Souza, passa a ser o mais novo e valioso colaborador do nosso blog. Doutorando em Ciências da Educação pela Universidade do Minho (UMinho), Braga-Portugal. Mestre em Gestão e Avaliação (CAED/UFJF - MG), Especialista em Gestão e Avaliação da Educação (CAED/UFJF - MG), Licenciado em Ciências com habilitação em Matemática (URCA), tendo atuado como Professor de Matemática em escolas públicas e privadas (11 anos), Diretor da Escola Estadual Padre Luis Filgueiras - Nova Olinda e Coordenador da CREDE 16 - Iguatu, atualmente coordenando a CREDE 20, Roberto escreverá sobre Educação Regional e outros assuntos que entenda ser do interesse coletivo. 

É necessário relatar que, conversamos com o Licaon Rocha, a quem, a priori, oferecemos este espaço. Entretanto, o mesmo, gentilmente declinou do convite, em favor do seu assessorado. Ato louvável. Feito o registro, convido a todos a desfrutarem dessa interessante leitura, ao tempo em que damos as boas vindas ao nosso ilustre colaborador. Boa leitura a todos.

Covid-19: atividades escolares não presenciais são realizadas pela rede estadual do Ceará.
* Por Antonio Roberto de Araujo Souza.

A crise do novo coronavírus pegou a maioria das redes de ensino despreparadas para lidar com o isolamento social decorrente das medidas governamentais para reduzir a velocidade de propagação do Covid-19. No Brasil, desde o início da crise, medidas diferenciadas foram tomadas pelo Governo Central, Estados, Distrito Federal e Municípios, em um descompasso cujas consequências já são percebidas com a recente propagação do vírus em todo o país neste início de abril. 

O Ceará segue sendo um dos três estados mais afetados no Brasil com a propagação do Covid-19 após 20 dias desde que os primeiros casos foram confirmados no estado. Fato que colocou as autoridades sanitárias em sinal de alerta e exigiu do governador do estado a adoção de medidas temporárias e emergenciais para enfrentamento e contenção da infecção humana, implementada por meio do Decreto Estadual N°33.510 de 16 de março de 2020. Tais medidas exigiram a paralisação de todas escolas e universidades públicas e privadas por um período de 45 dias. Diante dessa repentina suspensão das aulas presenciais, cabia ao ensino público, compreendido pelas redes federal, estaduais, distrital e municipais, a adoção de uma das três alternativas: antecipação das férias escolares, suspensão das aulas para posterior reposição, ou o ensino à distância (EaD) com o uso do livro didático e mediado por plataformas virtuais e/ou aplicativos de mensagens. 

Embora grande parte das redes municipais e estaduais tenham optado pela antecipação das férias e suspensão das aulas para posterior reposição, a rede estadual de ensino do Ceará, que oferta majoritariamente o ensino médio, optou pela oferta do ensino escolar não presencial, por meio de um conjunto de ferramentas virtuais de que já dispunha na rede mas que eram subutilizadas como o "Aluno Online", o "Professor Online" e o "Enem na Rede". Na oportunidade também expandiu para toda a rede, cerca de 720 escolas, a ferramenta Google Classroom que já era utilizada de forma experimental em um pequeno número de escolas. Nesse sentido, diretrizes conjuntas da Secretaria da Educação do Ceará (SEDUC) e do Sindicato dos Profissionais da Educação (APEOC) foram aprovadas para orientar as unidades escolares na realização, por meio de atividades a distância/domiciliares, da utilização de estratégias de ensino e acompanhamento da aprendizagem de forma remota, e na organização de aulas não presenciais, por meio da orientação dos professores e da gestão escolar. 

Nesse sentido, após duas semanas da sua implementação, um levantamento feito pela Crede 20 junto às suas 20 escolas, aponta que todas as escolas estão implementando estratégias de ensino a distância e que, em média, 70% dos alunos conseguem receber orientação dos seus professores por meio de aplicativos de mensagens e plataformas virtuais, mas alguns gestores escolares informam participação de 100% dos alunos. Parte dos cerca de 30% dos estudantes que não são contactados pelos professores moram em comunidades rurais afastadas da zona urbana das cidades e por isso não têm acesso à internet. Entretanto, parte dos estudantes que não possuem computador e/ou celular são ajudados por colegas em uma corrente de solidariedade. Embora exista resistência por parte de alguns professores e gestores, há a expectativa de muitos gestores da rede, gestores escolares e de muitos professores, de que a crise do novo coronavírus possa deixar um legado na rede estadual de ensino ao potencializar o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) e o uso de estratégias diferenciadas de ensino-aprendizagem, bem como gerar mais autonomia nos estudantes na organização da sua própria aprendizagem.


#Colunistas, #ColunaDoProfessorRobertoSouza, #CRED20,